domingo, 20 de outubro de 2013

A cara de boneca-de-cera do cartaz, acreditem, diz tudo sobre este filme. Uma história tão inexpressiva quanto caricata, uma tentativa frustrada (e frustrante) de se realizar a primeira cinebiografia de uma das mulheres mais emblemáticas do mundo. “Diana” é um insulto, um desrespeito tanto com a princesa quanto com os espectadores. Nada neste filme funciona minimamente. Aliás, para ser justa, a interpretação do ator Naveen Andrews, famoso pela série LOST, é satisfatória, e em algumas cenas chega a chamar a atenção (lê-se: acordar quem já há muito dormia!). E é só! Porque Naomi Watts, apesar de talentosa e experiente, conseguiu construir uma princesa ainda mais falsa do que aquela que a imprensa inventou e sempre tentou nos fazer engolir. Uma mulher que em determinadas cenas aparenta falar “com um ovo na boca”, e andar com se sobre um salto quebrado, de tão mal construída. Mas a culpa deste desastre – digno de ser comparado ao real que vitimou Diana – não é, obviamente, só dela. O roteiro de Stephen Jeffrey sofre da síndrome da Polaroide. Sabe quando alguém senta ao seu lado e coloca várias fotos de vários momentos de sua vida, e tenta te explicar através delas tudo o que lhe aconteceu desde que nasceu até o presente momento? Então, este filme é bem assim: tentou mostrar tudo, e, claro, terminou não mostrando nada. 10% das cenas, se muito, passam de 1 minuto, e mesmo estas trazem diálogos e situações mais rasas que um pires. Há cenas que se chegam a durar 5 segundos, duram demais. Algo que “se piscar, perdeu”. Se bem que, na verdade, não perde é nada. São absolutamente dispensáveis. Há situações tão forçadas que chegam a ser ridículas, simplesmente. A direção do alemão Oliver Hirschbiegel também sofre de outra síndrome infelizmente comum no cinema europeu: a síndrome do io-io. O movimento vai-vem da câmera chega dar náusea algumas vezes. Seu foco, claro, foi “a visão de um paparazzo” sobre Diana. A câmera a persegue de pertinho, ou com zoom, e a gente se sente correndo atrás dela também. Este filme perdeu a grande oportunidade de nos mostrar uma mulher que ainda não conhecíamos – já que a Lady Di versão Palácio de Buckingham nos é figurinha repetida; mas tivemos mais do mesmo. Aliás, pior! O que não nos foi passado nesta linha, foi baseado em boatos e construído de forma tão superficial que não prende o espectador nem na cadeira. É fácil levantar e ir embora antes dos créditos finais. Confesso, queria ter feito isso, assim não seria obrigada a ver a aparição meteórica de Dodi Al Fayed na história como se tirado de dentro de uma cartola, literalmente. Aparece do nada, e some minutos depois. Eis um candidato fortíssimo a PIOR filme biográfico da história da humanidade! 

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