A cara de boneca-de-cera do cartaz, acreditem, diz tudo sobre este filme. Uma história tão inexpressiva quanto caricata, uma tentativa frustrada (e frustrante) de se realizar a
primeira cinebiografia de uma das mulheres mais emblemáticas do mundo. “Diana” é
um insulto, um desrespeito tanto com a princesa quanto com os espectadores. Nada
neste filme funciona minimamente. Aliás, para ser justa, a interpretação do ator
Naveen Andrews, famoso pela série LOST, é satisfatória, e em algumas cenas chega
a chamar a atenção (lê-se: acordar quem já há muito dormia!). E é só! Porque Naomi
Watts, apesar de talentosa e experiente, conseguiu construir uma princesa ainda
mais falsa do que aquela que a imprensa inventou e sempre tentou nos fazer engolir. Uma
mulher que em determinadas cenas aparenta falar “com um ovo na boca”, e andar
com se sobre um salto quebrado, de tão mal construída. Mas a culpa deste desastre – digno
de ser comparado ao real que vitimou Diana – não é, obviamente, só dela. O
roteiro de Stephen Jeffrey sofre da síndrome da Polaroide. Sabe quando alguém
senta ao seu lado e coloca várias fotos de vários momentos de sua vida, e tenta
te explicar através delas tudo o que lhe aconteceu desde que nasceu até o
presente momento? Então, este filme é bem assim: tentou mostrar tudo, e, claro,
terminou não mostrando nada. 10% das cenas, se muito, passam de 1 minuto, e
mesmo estas trazem diálogos e situações mais rasas que um pires. Há cenas que se
chegam a durar 5 segundos, duram demais. Algo que “se piscar, perdeu”. Se bem que, na verdade, não perde é nada. São absolutamente dispensáveis. Há situações tão forçadas que chegam a
ser ridículas, simplesmente. A direção do alemão Oliver Hirschbiegel também
sofre de outra síndrome infelizmente comum no cinema europeu: a síndrome do
io-io. O movimento vai-vem da câmera chega dar náusea algumas vezes. Seu foco,
claro, foi “a visão de um paparazzo” sobre Diana. A câmera a persegue de
pertinho, ou com zoom, e a gente se sente correndo atrás dela também. Este filme
perdeu a grande oportunidade de nos mostrar uma mulher que ainda não
conhecíamos – já que a Lady Di versão Palácio de Buckingham nos é figurinha
repetida; mas tivemos mais do mesmo. Aliás, pior! O que não nos foi passado
nesta linha, foi baseado em boatos e construído de forma tão superficial que não
prende o espectador nem na cadeira. É fácil levantar e ir embora antes dos
créditos finais. Confesso, queria ter feito isso, assim não seria obrigada a ver a
aparição meteórica de Dodi Al Fayed na história como se tirado de dentro de uma cartola,
literalmente. Aparece do nada, e some minutos depois. Eis um candidato
fortíssimo a PIOR filme biográfico da história da humanidade!
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