segunda-feira, 6 de julho de 2015

~"Almor" Sater~

Porque não existe sonho impossível! 
A gente é que não sabe como, quando ou onde vivê-lo...

Dizem que Vida é aquilo que acontece enquanto a gente faz Planos. Por isso, eu não faço planos. Eu vivo tudo que quero viver, cada coisa em seu lado certo, o lado possível!

Aos 12 anos, descobri Almir Sater como ator na novela Pantanal. Minha irmã, quase 6 anos mais velha, se apaixonou por ele, e generosamente me carregou nessa onda. Na época, meu lado Atriz já estava acordado há tempos, eu já sabia ver a coisa com outros olhos. O que eu ainda não sabia é que nascia ali, naquele exato momento, através daquele peão-violeiro fazendo vezes de ator, o meu lado Poeta. 

No ano seguinte, 1991, chegavam Ana Raio e Zé Trovão. Era, enfim, a hora de entender tudo! 

Foi entre quatro paredes, entre dois lados de uma fita quase gasta, e entre tantas páginas de uma agenda preenchida no melhor estilo "Meu Querido Diário", que descobri que um homem que partilhava comigo um nome e um dia, na verdade partilhava bem mais que isso... Almir Eduardo, nascido num 14, foi o eleito entre os Mentores para me trazer o que hoje tenho de mais precioso e poderoso: a POESIA. E nela, ao inebriante som de uma Viola, juntos viajamos numa Chalana, num Trem de Lata; conduzimos boiadeiros e boiadas; partimos em Missões Naturais, e tocamos cada Fronteira; vimos tanta Água Que Correu, e ainda Milhões de Estrelas... Fomos aonde tudo é sertão, tudo é paixão se um Violeiro toca, aonde a Viola, o Violeiro e o Amor se tocam... Sim, foi graças a ele que tudo começou, e é graças a ele que jamais terminará!

Pouco tempo depois, Almir anunciava um show em Pirenópolis/GO, tão pertinho de casa. Minha irmã, já maior de idade, foi; mas minha mãe não me deixou acompanhá-la. Me frustrei sim, me senti injustiçada, mas pra me compensar, ela trouxe na bagagem tantos detalhes, e uma foto que, com o tempo, foi ficando cor-de-rosa. Emblemático e simbólico? Sem dúvida! Porque ali entendi que esse meu mundo já era cor-de-rosa. Entendi que não precisava do físico pra nada, por isso não mais me importei minimamente em buscá-lo. Em ritmo plácido, e sempre deste lado, vivi mais de duas décadas imersa e preenchida não apenas por um rio Paraguai, mas por um oceano inteiro, infindável, de Poesias em Acordes. Não era preciso mais, nem me julgava merecedora de mais... Mas merecedora, pelo menos, acho que me tornei depois desse tempo todo. 

Carregada por 3 anjos, fui parar em um lugar onde o Portal da Distância eram simples mesas e cadeiras. Não houve olhos nos olhos, nem braços em abraços, mas Voz e Viola agora eram Ao Vivo. O Trem do Pantanal agora navegava em minhas lágrimas... 25 anos ouvindo sem ver, sentindo sem ter, e de repente tenho mais do que já quis buscar. Posso dizer que realizei um Sonho? Não exatamente! Digo apenas que tive o privilégio de vivê-lo por algumas horas também nessa dimensão aqui. Digo ainda que, ora numa Chalana, ora em algum Trem, Almir sempre me trouxe todas as Palavras do Mundo, e me ensinou a criar tantas mais; mas quando é para falar dele, ou para ele, não sei dizer uma sequer. Ainda bem que ele sempre sabe o que dizer, por mim e por ele, como perfeitamente resumiu assim...


Te amo em sonhos
(Almir Sater, Rodrigo Sater e Paulo Simões)

Toda minha vida, esperei você
Inventando estórias... Sempre imaginei
Quanto tempo na memória, eu te desenhei
Te amo em sonhos! 
E é como um lindo amanhecer...

Toda minha vida, pude perceber
Que a verdade insiste em aparecer
Se as palavras forem ditas, e se a gente crer
Te amo em sonhos! 
E é como um livro bom de ler...

Sei dos seus desejos, e do seu prazer
Onde estão seus medos, posso entender
Só o tempo sabe agora, e como vai ser
Eu canto em sonhos pra teu sorriso merecer...

Já não há motivos, nada a temer
Olhe em sua volta e você vai ver
Que é aqui, chegou a hora, pode aparecer
Eu amo, eu canto, eu sonho, eu vivo pra você!