quarta-feira, 25 de junho de 2008

EU, que quando enfim me achei, parei de te procurar...
(sawabona - shikoba)
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Fico feliz quando mensagens que falam da essência do ser humano caem na rede, e na moda, passando a circular mais que piadas de sogra ou alerta de novos vírus. Nessas horas eu passo a achar que o Mundo não está tão perdido assim, ainda tem jeito.
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O PPS bambambam do momento - há um tempo - é o de autoria (até que se prove o contrário) do médico psicoterapeuta Flávio Gikovate, pioneiro da terapia sexual no Brasil; chamado Sawabona Shikoba. Ambas são saudações usadas por povos do sul da África, que significam, respectivamente, "Te respeito, te valorizo, você é importante para mim", e a resposta, "Então eu existo pra você".
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Em resumo, o texto mostra que EU não sou louca quando penso que, apesar de os valores materiais serem gritantes e gerirem a esmagadora maioria das pessoas, continuamos essencialmente Sentimento bem mais que Razão. E mostra que a utilidade da razão é fazer com que o sentimento seja bem melhor aproveitado - uma vez que passamos a entender que o conceito racional que damos ao Amor é o mais irracional possível!!!
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A idéia romântica de que somos metades de laranjas em busca do pedaço que falta, e de que somos Yins em busca dos Yangs que nos equilibram estão fadadas ao fracasso - se já não fracassaram. Num mundo que desde Adão é machista, a mulher baseia sua vida numa descaracterização para se tornar aquilo que o homem quer que ela seja. Mas é verdade que muitas vezes ela é feliz assim, sendo a metade que completa alguém e, por tabela, é completada; sendo uma personagem, uma geradora - de gente e de sorrisos satisfeitos em outros rostos.
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O problema são as parcerias nascerem da necessidade de sobrevivência, e não do desejo de ser melhor que já se é!!! Precisar de uma metade é triste. Feliz é desejar um outro inteiro, que, por si só, já é maior e melhor que apenas uma fração...
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Querer no outro aquilo que a gente não tem é egoísmo, é pensar somente em si. Ver o outro como solução miraculosa para os nossos problemas, e não como, no máximo, um auxiliar, é condenar o outro a se descaracterizar para se encaixar nos seus padrões, é condenar o outro a somente doar, é condenar o outro a ser infeliz. Porque assim não há compreensão e respeito ao individualismo.
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INDIVIDUALISMO é a palavra da vez, e ela não é sinônimo de EGOÍSMO.
SOLIDÃO é a chave, e ela não é sinônimo de INFELICIDADE.
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Já reclamei muito da Solidão, já a xinguei em tantos poemas, que, ironicamemente, só conseguir fazer graças a ela!!! Já tentei tapeá-la com "alguéns" que só podiam me oferecer menos que ela... Só, só, somente só, eu entendi que não sou incompleta, que Fulano não é dono da minha felicidade, que é sim um sortudo que será mais feliz ainda ao meu lado!!! Porque só nós nos completamos, só nós somos responsáveis pela nossa felicidade, podendo, no máximo, contribuir para a felicidade alheia. E só, só, somente só, somos capazes de nos reciclar, jogar fora o que não presta e completar com o que precisa; e, principalmente, rever conceitos.
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Porque
Amar não é sugar,
Mas sim, transpirar...
Em todos os sentidos!!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

PARA CELEBRAR O AMOR...
"Paradoxal". Foi o que Ana respondeu a um desconhecido que se aproximou dela com um lenço, perguntando a razão daquelas lágrimas, escondidas num canto do saguão do aeroporto. Ela escrevia uma carta minutos após se despedir de seu grande amor, que partira para a guerra. "E quando nos vemos de novo?", perguntou àquela presença masculina estranha, que também partia. "Não sei!", respondeu ele com espanto, "Mas espero que seja breve!"... Ana caiu, não mais apenas em prantos, mas foi literalmente ao chão. Ela havia feito a mesma pergunta ao amado, que havia respondido da mesma forma. A jovem rasgou então a carta com a mesma exatidão que aquele momento havia dilacerado seu peito, sua coragem e sua esperança; se levantou e correu rumo à saída mais próxima. Intrigado, o bom-samaritano Marcos, num instinto, catou os pedaços de papel e adentrou a sala de embarque sem olhar para trás, mas mesmo assim pôde ver refletido no vidro o último vulto triste de Ana passando pela porta. Começava seu dilema: lia ou não aquele desabafo? O atraso do vôo em mais de duas horas acabou com sua dúvida. Cuidadosamente, ele emendava os pedaços montando o quebra-cabeça. Faltava uma parte... Faltava o final... Concentrado, só após a incompleta leitura ele foi capaz de notar outra presença triste ao seu redor. Pedro, um jovem soldado, se esvaia em lágrimas. Eram lágrimas como as de Ana. Aquilo não podia ser coincidência. Ali estava o começo, o meio, a razão daquela carta, e Marcos entendeu que a ele caberia o fim. "Choro porque amo muito, e assim sou feliz. Choro porque sofro muito ao ver meu amor partir...", Marcos lia a carta em voz alta ao soldado. "Antes, meu amor só partia de mim e nunca voltava. Até que aqui ele apareceu com uma cara, um olhar, um cheiro, um gesto, e 3 palavras...". O choro de Pedro ganhava volume, em líquido e som, enquanto Marcos seguia no mesmo ritmo. "EU TE AMO!... Foi o que bastou me dizer, e achei até desnecessário, pois palavras, quaisquer que sejam, fazem meu amor parecer simplório ao se transmitir e simplista ao se explicar... Porque ele dispensa explicação!". "Pare! Por favor!", pediu Pedro, entre soluços de agonia, mas Marcos não se intimidou. "O eu-alguém e meu outro-alguém nem precisamos pensar, basta sentir. O que somos foi feito pra sentir. O que sinto pelo meu outro-alguém só ele sabe, nem eu sei, porque só o que sei é o que ele sente por mim!"... O silêncio reinou por míseros segundos antes de Marcos retomar o fôlego. "Está sem o final!", falou, numa voz engasgada, juntando-se ao "clube-do-choro". "Não está, não. Nunca esteve!". Pedro tira um papel amassado do bolso. Ana não estava escrevendo uma carta quando Marcos a encontrou. Ela já havia escrito. Mas só teve coragem de dar ao amado o último pedaço. "Mas e se eu não valesse a pena, nunca? E se ninguém soubesse me explicar pra que eu sirvo? E se todo esse meu Amor eu jamais pudesse dividir? ... E se não houver nunca quem eu vá fazer e cuidar? ... E se você não vier me salvar???". O vôo de Pedro é anunciado. Ele guarda o papel no bolso, pega a mochila e caminha em direção ao portão sem olhar pra trás. "Então vá, meu jovem. Vá salvar o seu amor. Vá fazer com ela um alguém para cuidarem. General Marcos Santos, superior dos seus superiores, te dispensa dessa missão!". Atônito, Pedro não acreditava que aquilo fosse verdade. Marcos precisou enxotá-lo de lá aos gritos. O rapaz correu o mais rápido que pôde. Sabia bem onde sua amada estaria: no ponto de ônibus, deixando vários deles passarem até criar coragem para se levantar e seguir com a vida. Foi aí que ele teve uma idéia. Correu para o ponto anterior, entrou no ônibus, e fez sinal para descer onde ela estava. Ana se levantava para seguir a pé quando viu Pedro descer segurando o pedaço de carta. Suas pernas congelaram, bem como as lágrimas de tristeza. "Soldado Pedro, em missão especial: salvar o seu-alguém, fazer com ele um mais-alguém, e cuidar dos dois!!!". Um beijo assinou aquele tratado e os aplausos dos presentes selaram aquela união...
Fim???
Não!
Recomeço!!!
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Ana, amiga de longas datas, me confessou o desejo de ver aqui no meu blog uma exaltação ao Amor neste dia dos namorado. "Pediu pra pessoa errada", brinquei com ela. Mas nunca se nega nada a um amigo. Ana e Pedro são os nomes verdadeiros desse lindo casal, mas é só. Pedro nunca quase-foi pra guerra, apenas enfrentou uma pra conquistá-la, o que me inspirou!!! E Ana e Pedro também são muito românticos, o combustível mais que necessário pra que eu fosse apta a lhes render essa homenagem, que agora se estende a todos os casais apaixonados que aqui passarem; e é dedicada especialmente à minha irmã, ELISA, e meu cunhado, RICARDO, que se casam hoje...
Feliz dia do AMOR!
E obrigada pela audiência (rs)

sábado, 7 de junho de 2008

"Sêde na Séde"
A Doce e os Docentes

Convite para o evento - Cartaz identificando a minha mesa
(que algum -da-PÊ manchou de água justo na minha cara)


"Arrumei e Rumei"


"Discurso de Apresentação da Obra"
Momento Cerveja Sol (Ge-laaaaaa-da)

Posando para os fotógrafos oficiais do evento
(embora estas fotos tenham sido feitas pela minha mãe)

Exposição de Fotos - Marcello Bulhões


Há certos convites que a gente recebe e finge que não recebeu. Há outros que a gente imagina que virão, eles chegam, e a gente ou inventa que a avó morreu ou finge que não entendeu. Mas há outros que a gente não espera, não entende, mas aceita de bom grado e agradece muito...
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Foi o que aconteceu comigo na Quarta (4/6). Fui incluída no projeto Sede de Leitura, da ADUFPB - Associação dos Docentes da UFPB. Não entendi porque tinha sido agraciada se estou longe de ser do corpo docente da Universidade, e entendi menos ainda porque tinha sido avisada tão em cima da hora, mas, obviamente, "Arrumei e Rumei!!!" - arrumei a cara e trouxa com os exemplares, e rumei para o evento.
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Cheguei à Sede da Associação sem sequer saber com quem falar, muito menos o que fazer. Era uma estranha-cabra-cega-no-ninho. Logo no portão de entrada, fui sendo fitada curiosamente a cada passo que eu dava. Nada a ver com o meu decote, antes fosse!!! Ali, todos se conheciam e, obviamente, NÃO me conheciam. Começou um interrogatório. "De qual departamento a professora é?", e eu só dizia: "do CCHLA"; virava as costas, educada, porém rapidamente, e dava de cara com um segundo inquisidor. "Foi aluna do Professor Fulano?", "conhece a Doutora Beltrana?". Por que ninguém vinha me perguntar, apenas, sobre o meu livro???
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Por que eu fui querer isso???
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De repente, a organizadora do evento reúne os autores numa mesa e chama um a um para apresentar sua obra... Virginiana, em local estranho, e numa situação imprevisível... RUBORIZEI!!! Tremia na hora de discursar a meu próprio respeito como se nunca houvesse falado em público. Como se não estivesse acostumadíssima aos palcos e às platéias de todo tipo. A voz falhou. Tentei fazer graça, alguns até riram, mas eu, conhecida por falar pelos cotovelos, joelhos e tornozelo, não passei nem 2 minutos de posse do microfone. Agradeci a oportunidade de estar em meio a tantos Mestres e Doutores, a presença dos 3 Mosqueteiros - meus fiéis escudeiros Mãe, Pai e Tio, sempre presentes; e pelas palavras de apoio carinhosas de alguns, que, por eu ser a única jovem entre os expositores, diziam que eu vinha trazer ar fresco e renovação.
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Vendi meu peixe tão rápido que, julgo, deve ter sido por isso que só vendi 4 exemplares - sendo 2 comprados pela própria Associação que me convidou. Mas, tudo bem, estar ali já foi uma surpresa, já foi lucro, e no final, depois de viver uma doce noite de "docente de araque", ainda fui agraciada com a notícia de que um exemplar irá compor a biblioteca exclusiva da ADUFPB, e o outro, a enorme biblioteca da Universidade.
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A festa foi regada a um coquetel ótimo, música ao vivo, de um bom repertório bem tocado; e de uma exposição de fotos bastante interessante, intitulada Real Desejo Imaginário, do fotógrafo-professor de Educação Física, Marcello Bullhões. Marcelo fotografou manequins, ou melhor, as curvas sensuais dos manequins, e em meio às tantas fotos, uma fora feita com uma mulher de verdade, e ele nos desafiou a adivinhar qual seria... Era um festival de homens e mulheres errando feio, inclusive eu, e o artista só dizendo a cada um "Ih, mais um(a) que não entende nada de mulher!!!".
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Enfim, se você me perguntar se eu mereço tanto, digo que não... Mas digo que de vez em quando é ótimo quando alguém julga que sim!!!