quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

~As Missões do Ser~
 
(Sim! A bruxa é gaúcha e poeta!)

O Ser mora no Sentir, e Ir é o caminho que ele sempre percorre. O Ver é parte do Viver, e o Vir é a ordem que ele segue (mesmo depois que morre). 

Não se sente o que não se é, e não se vê o que nunca se viveu. E uma das tantas missões do Viver é o Amar – das ruínas ao apogeu! Por isso, eu só peço o favor de ao menos entenderem o teor do meu Amor...

(A Brum estava me pedindo arrego aí! Voamos 523km sem escala!!!)

Eu não sei amar pouco, amar “mais ou menos”, nem amar só de vez em quando. Amo em uma hora tudo o que recebi em um século. Amo em um dia o que tantos levariam uma vida inteira pra saber que existe. Amo do pregresso ao progresso; e nunca dei meios-amores, apenas meios de amores chegarem até você! Sem pressas nem presas, sem dispensa nem ofensa... Eu só sei amar beeem devagar, e de forma livre, intensa e imensa.

(e os fios do poste denunciam que não estou mais no Medievalismo) 
(e esses óculos escuros na cabeça também! rsrsrs)

O Sonhar abriga o Som, a Solidão e o Respirar. E uma das tantas missões do Sonhar é o Voar. E quando se voa, se vai além do Ser, do Sentir, do Ver, do Viver, e, sobretudo, do Ir-e-Vir... Por isso, eu só peço a decência de terem paciência com os meus Sonhos! Não sei sonhar pouco, sonhar “mais ou menos”, nem sonhar só de vez em quando. Não sei sonhar baixo, sonhar sozinha, sonhar só pelos cantos ou sobre as camas, seja dormindo ou em chamas – descoberta de profanos panos. O meu Sonhar é um infinito gestar de ideias que antecedem o “parir poemas” que chamam de Acordar.

(a Clarice manda dizer que ficou sem palavras pra descrever essa incrível viagem)


O Escrever engloba o Ver, o Rever, o Cravar e o Escapar. E uma das tantas missões do Escrever é o Esquecer... Por isso, eu só peço a compreensão quanto à fabricação (e manutenção) das minhas Memórias. Elas são Histórias antigas recém-chegadas, presas em uma Geografia totalmente acidentada (serras que se encerram, depressões que me enterram, mentes chapadas sobre tabuleiros de cruéis jogadas, mas que me elevam a um novo patamar, onde relevo todo e qualquer relevo).

(40C à sombra. Eu estava quase desfalecida aí! É sério...)

Eu não sei esquecer do pouco, tampouco sei lembrar do “mais ou menos”, e nem lembrar de me esquecer só de vez em quando... Lembro bem do mal-estar que era estar nos corações dos desavisados, gritando seus segredos mal-criados; e lembro muito mal daquilo que ninguém pôde “ser-parar”. Lembro dos amores ruídos (e contraditoriamente silenciosos), e dos mil desfechos perdidos nos recomeços ociosos. Esqueço de um passado que nunca passou de “redes sociais”, enquanto lembro dos tantos brios que impedem os calafrios, gerando isolamentos glaciais. Lembro de tua vaidade puberal e poderosa, enquanto esqueço da nossa felicidade visceral e criminosa. Lembro do quente, esqueço da calma. Esqueço que a crença é o gás carbônico da mente, enquanto relembro que a Fé é o oxigênio da Alma.


Esqueço se um dia tive ascendente em Áries, mas me lembro de ser um incidente em teus ares, e sofrer um acidente em teus mares – essa imensidão antes contida, e por onde fui banida; mais conhecida como “as lágrimas dos seus olhares”. Lembro de cada um que me chorou, mas esqueço por que ninguém me transpirou... 

Ontem sofrendo, hoje vivendo, amanhã esquecendo as dores descomunais!!! Lembrei, enfim, de onde deixei a chave, mas esqueci que aquela porta já não existe mais!

(Oooops, calculei mal o pouso! / Mas saí praticamente ilesa! rsrsrs)
 
Desbravar traz o Bradar a coragem de se Curar, e mostrar aos outros o caminho do firmamento. Por isso, hoje só peço que tomem conhecimento de todos os meus sacramentos: as ervas e suas flores, as pedras e suas cores, as palavras e os seus mentores, as pessoas e seus amores... À mercê da Magia, que nunca magoa; estou a fazer um milagre por dia, transformando deserto em lagoa.




Ser mora no Sentir. E o Saber às vezes vem visitar. Hoje, eu sei que a maldade também mora em gente boa, e a bondade também é parte de gente ruim. Eu sei, instintivamente, que a sombra também mora no ensolarado dia, a luz também dança com a noite fria, e somos todos lagarta e borboleta, às vezes simultaneamente. De vez em quando, suicidamos o espírito e largamos o corpo vagando por aí... 

Sim, o Ser mora no Sentir, e algumas vezes, eu sinto antes; outras, sinto errado; mas de um jeito ou de outro, eu sinto muito!!! Eu jamais passaria outro Fim do Mundo assim, nem neste, nem em outro fim-de-mundo de qualquer lugar. Porque onde há ruína, tudo ao redor arruína a Esperança no Ficar!


Todo mundo sabe que tanta gente existe, mas são poucas as que chegam até nós (e sem nós), com a Alma em riste num corpo provedor; e menos ainda, as que permanecem ao nosso redor. Existir Chegar: eu sou a que vem, e a que continua... Nascerse aproximar e juntos prosseguir; porque a maior de todas as minhas Missões se resume no SERVIR!

(Agradecimentos mais que especiais a: Andreia Gelaim, pelo empréstimo do caldeirão; Dani Lafetá, pelas fotos; Laura Andrade e Elisa Pimenta, pelo empréstimo de frases incríveis; e ao IPHAN, pela autorização especial e apoio logístico durante o ensaio; e à Prefeitura de São Miguel das Missões.)