domingo, 12 de dezembro de 2021

~MandaLAR~
(A Magia já está escrita!)

*
vtd - acessar as tantas portas da Casa do Divino, 
aceitando o nosso Destino, de tudo poder co-criar.
*
Mandala: “círculo mágico” em Sânscrito. Símbolo da energia concentrada que leva à integração e harmonia do Ser. Representação material dos atributos divinos, é um meio de manifestação utilizado em diversas culturas; o que, pra mim, é prova incontestável do seu poder! 

Hoje, dia 12/12/21, às 12:12, minha amiga Eliane e eu trocamos mandalas, construídas cada uma dentro das nossas habilidades individuais; no intuito de casar os poderes do círculo mágico e do número 12, que é o número da Justiça e da Iluminação total.


É a hora de equilibrar o karma e seguir em frente, na certeza de que mesmo as ideias mais ambiciosas serão concretizadas, e num rápido progresso. Porque para o Universo, a Grande Fonte de Tudo, o “nada” não existe, portanto, TUDO É POSSÍVEL!!! É hora de receber o Dharma. 


É no portal 12 que a Bravura e o Sopro Divino chegam até nós. 


É hora de criar e renovar!!!
Ahow... Namastê...


"Existirá. E toda raça então experimentará, para todo mal, a Cura" 
(Lulu Santos - A Cura)
"Procuro a resposta: pra que criar a dor? Se quando estamos juntos temos sonhos, força e amor!?" (Milton Nascimento - Portal da Cor)
"Anything you want, you got it. Anything you need, you got it. Anything at all, you got it, Baby" 
(Roy Orbison - You Got It)





domingo, 31 de outubro de 2021

~BRUXESIA~
sf - magia que se faz com letras coloridas, perfumadas com ervas, e bem barulhentas, 
a formarem Palavras que geram Silêncios... É pura sinestesia!

Sou Bruxa e sou Poeta!
Sou aquela velha Alma pós-moderna,
que ainda usa máquina pra escrever,
mas também viaja pelo Viver
de vassoura etérea (e eterna)!
Sou Bruxa e sou Poeta!
Meus feitiços são puro afeto;
e a Fé, meu dialeto.
Meu caldeirão é meu Coração,
que vai aonde eu for;
e minha melhor poção
é uma grande porção de Amor.

Sou Bruxa e sou Poeta!
Sou aquela Xamã-AlfaBeta:
surfista das ondas,
mestra das letras e
maga das ervas.
Sou uma profeta faladeira,
que cala a boca das Trevas.

Sou Bruxa e sou Poeta!
Do tipo varredeira & verdadeira:
que 'bate na madeira'
enquanto abre clareiras
nos matos do Presente,
nos pactos do Futuro,
e nos votos do Passado.
Sou aquela que faz tudo
com um pé no escondido,
e outro no escancarado.
Sou Bruxa e sou Poeta!
E, por isso, Alquimista:
Sou aquela Alma mista
'Humanamente Divina',
que mais aprende(o)que ensina;
aquela Alma maquinista,
que conduz a Vida
nos trilhos da própria Sina.

Sou Bruxa e sou Poeta!
Assim, sou Cores ao Vento:
minha máquina imprime Palavras
que a minha vassoura espalha
no Chão, no Tempo,
no Vão, e no Firmamento...
Essa é a minha bandeira!
Sou Bruxa e sou Poeta!
E, portanto,
CURANDEIRA

~Poção Extra~

Varro o solo, e então faço um voo solo sem pesos na (V)ida, principalmente da Ira; fazendo de cada volta uma reviravolta, garantindo o retorno daquilo que nunca mais (v)irá. Voo para "esclarear" que nem tudo que reluz é 'outro', e sim eu mesma. E que minha Luz ninguém apaga, pois nem mesmo eu mexo nesse interruptor. Sigo em voo porque só podem me queimar algumas lâmpadas; mas a troca vem em seguida, e sempre é justa. Sigo um Ser aceso! Alguns é que perdem o acesso... A bruxa tá on sempre, mas agora, com potência renovada!!! #Bruxona

"E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho; e como sou feliz, eu quero ver feliz quem andar comigo... Vem!!!" (Guilherme Arantes)    
 

Agradecimentos mais que especiais à minha mãe, pelas fotos e vídeos; à Tainá, minha sócia, pela montagem/edição sempre primorosa (e veloz); e à querida colega, e amiga, Eliane, pela maquiagem indescritível, a cereja-do-bolo deste post especial. GRATIDÃO!

terça-feira, 14 de setembro de 2021

 ~SOBRE.VIVER~

~BR040 / KM 3~

...Entro no novo percurso! O trecho é sinuoso, e o carro está em pane elétrica, com pneu furado, step descalibrado, lataria amassada, pintura arranhada, com o freio-de-mão puxado, e, ainda assim, rodando na velocidade máxima permitida. A minha Paciência tem pressa, e só quer achar a saída!!!

Entro no novo percurso, mas ainda vejo pelo retrovisor os 365 trechos anteriores e seus buracos, os quebra-molas sem prévia sinalização, os pedágios caros (de apreço em passar, e de preço a pagar), e a falta de acostamento em curvas de acentuados declives. Ainda vejo motoristas mascarados: uns me seguindo, outros me perseguindo; uns me guiando, outros me abandonando... Mas ainda há tantos passando ao redor, em ultrapassagens que mudam meus horizontes a cada minuto.

Mas entro no novo trajeto já vendo também postos de reabastecimento (e simples conveniência), atalhos onde vale uma parada pra sentir e admirar o Vale e suas paisagens deslumbrantes; e, antes de mais nada, agradecer por chegar até aqui, conduzida pela Sobrevivência...

Sobrevivi a um desastre ainda na DF230, e fui obrigada a sair da pista e desbravar matas fechadas, construindo uma Estrada própria na busca por novos caminhos. Foram tantas árvores derrubadas, e outras que serviram de abrigo a me salvar. Foram tantas pedras removidas, e outras que pavimentaram espaços onde ainda havia perigo de derrapar. Até que uma clareira se abriu no mato, e eu vi lá do alto um asfalto com vista para o Infinito, e por ele eu parti.

Cansada de ser só uma sobrevivente, a guria desbravou uma linda jornada rumo à Terra dos Viventes. Cansada da garoa fria da Distância e da Tristeza, se bandeou pros lados desse banhadal de Abundância e Beleza, se aprochegou aos seus pés, e ali ficou!

Sim, a guria aprendeu que sobreviver nem sempre é sobre Viver... Às vezes, é apenas estar sobre um viver de sentido limitado ‘entre um céu e um chão-batido’ (ou apanhado!); é estar sobre um punhado de terra onde muito se enterrou, e pouco floreceu.

Sobreviver é estar sob a Luz, mas encaixotado no Breu!!!

Sobreviver é perder bem mais que ganhar. É ir parando de se abrir, e cada dia mais se fechar. É ser um casulo dentro de um labirinto dentro do próprio peito. É ser uma concha-de-retalhos, fechada nos nós dos próprios Farrapos S.Ó.S. É um coletivo de espaços feitos por pedaços de escuridões.

Sobreviver é se olhar no espelho e não saber se o que se vê ali é o resto de um rosto ou o rosto de um resto. Metades onde uma sente saudades de si, e outra do “e se...”, se fazendo perguntar “aonde foi que nos perdi???”.

Sobreviver é ver o Tempo passar, e entender que nunca se passa por ele imune, impune ou incólume. É vê-lo ensinar que (TU)do nem sempre irá encaixar (pelo menos não na mesma hora, e nem no mesmo lugar). É testemunhá-lo mostrando que ele não sabe parar e nem voltar, mas que nunca obrigou nada nem ninguém a fazer o mesmo! Qualquer um pode voltar atrás, seguir adiante, ou simplesmente estacionar. É aprender que tudo ele revela, mas nem tudo releva, e muito menos pode sempre curar. Há coisas que o Tempo te apaga da memória porque leva consigo, mas há coisas que viram História, em livro ou em jazigo, porque, algumas vezes, ele só sabe eternizar... Sobreviver é enfim compreender que o Tempo nunca te tira a Importância, só te faz perceber (e aceitar?) que ela nunca existiu!

Sobreviver é administrar dilemas. É receber uma peça do quebra-cabeça por vez, e perder algumas no meio do caminho, levando quase uma Vida pra recuperar. É ver que algumas peças são coloridas, mas tantas são apenas escuras, num degradê de matizes em decomposição, fazendo borrões... Sobreviver é subir e descer degraus de degradações!

Mas o sobreviver existe, mesmo, pra gente (re)aprender a Viver!!!

Porque sobreviver é permissão, já viver é ter Missão.

Sobreviver é descobrir quem não te quer mais por perto. Já viver é lutar pra permanecer, por achar que ainda vale a pena, e tudo pode dar certo... Viver é dizer Sim e Não de verdade, seja na dureza ou com flexibilidade. É tropeçar ladeira acima. É voar em plena queda. É renascer em um trabalho de autoparto, diário, cheio de contra(di)ções. É se esconder em evidência. É ter dúvidas enfáticas. É criar uma dança estática de movimentos PARE!s e sentimentos ímpares – que veem sentido no que sequer pôde ser imaginado. É saber-se um defeito perfeito. É se revoltar, soltar, e voltar, porque é assim que tudo se resolve.

Viver é colecionar cada pecado que Deus absolve!

Viver é nomear-se o próprio porta-voz. É ver cadeiras e pessoas ocupadas, mas não desistir. É não ter rosto, ombro, nem colo, e ainda assim resistir. É não haver onde achar o que procura, mas não desistir. É escolher pra onde, como e com quem prosseguir. É decidir que pode, quer, merece, e então conseguir.

Viver é fazer a Magia ressurgir!

Sobreviver é se defender do Ódio, enquanto viver é habitar no Amor. Sobreviver é o choro mais doído do verbo chorar. Viver é a doação mais doida do verbo doar. Sobreviver é o pesadelo mais profundo do verbo dormir. Viver é o sonho mais lúcido do verbo acordar.

Sobreviver representa algo que só o Viver faz partir ou ficar!

Sobreviver é só querer um descanso na tenda, enquanto viver é construir e contar a própria Lenda. Sobreviver é elaborar explicações, enquanto viver é ser a eterna pauta dos diálogos das Emoções. Sobreviver é negar o acontecido. Viver é resgatar o que nunca poderia ter (se) partido. Sobreviver é construir um barco em plena tormenta, mas viver é remar e rumar conforme a bussola orienta. Sobreviver é ensurdecer com um simples sussurro. Já viver é amanhecer mesmo no escuro.

Viver é sobreviver em SI; sem DÓ, sem RÉ, com SOL LÁ e aqui!!!

Porque sobreviver é ser selvagem, mas viver é ter a coragem: de ‘agir com o coração’. E meu Coração segue bom, segue cheio de esperança, flores, poemas e feitiços de Amor. Sobreviver, apenas, estava me matando aos poucos. Eu vivia de luto, entre o alvorecer e o luar, sem ninguém ter morrido além de mim; mas meu coração não sabe morrer (muito menos, matar)!!!

Mesmo assim, quando eu me for desta vez, me queimem como tantas vezes alguém já fez, e, por favor, me deixem aqui, aos pés de Deus em estado líquido! Aqui, onde o Verbo gravou epitáfios de Salem, e o Vento carregou (para o) Além-Mar... Pois quem diz que Canela não tem praia é porque não conhecer o mar de Amar onde eu vivo a mergulhar!

Sobreviver é, sobretudo, agradecer e abençoar o Viver.

Então, abençoada seja a dádiva de sobreviver a mais um dia... Se você acordou hoje, você sobreviveu. Mas será que também viveu? Só comeu ou também saboreou? Viu ou apenas olhou? Só tocou com carinho ou realmente amou?

Eu te vi, e te amei; pois vivi muito além de sobreviver... Então, hoje eu te abençoo, e te agradeço, AMIG@: minha grande fonte de Amor e Poder, meu eterno voo, minha licença pra ser absolutamente tudo que sou!

Que sigamos, juntos, pelos próximos 364 trechos... Porque ´Os Ventos da Mudança´ já sopram sobre todos nós!

domingo, 27 de junho de 2021

Viva!!! Ave!!!
Voe ao vento...
Há um vendaval
De Amor transcendental
Que ventará até sob
A última pá de cal.
Amor em poesia ou prosa
Experimental e laboriosa
Nasce num Papel, venta pela tela,
E gloriosa se eterniza num
~Avental Rosa~


Sou poeta e cromoterapeuta. Talvez isso tenha colocado uns óculos de arco-íris na minha Alma e, assim, me feito ver coisas que outros às vezes não veem...

Rosa é a cor do Amor Incondicional, da cura no nível do Ser. E aventais, em seu sentido mais arcaico, são a parte frontal das armaduras, ou, como agora, são usados para impedir a roupa de sujar em certos trabalhos. De uma forma ou de outra, é proteção! 

Alice usa um avental rosa enquanto cuida de doentes terminais. Isso emana a eles o Amor que ela sempre usou para se blindar das dores, e se curar das que conseguiram furar o bloqueio. É Amor barreira-e-ponte. É armadura que desarma. 

O filme de Jayme Monjardim me deu o prazer de ver mais um baita trabalho da minha amiga, a espetacular atriz Tânia Bondezan; e, mesmo sem saber, nos deu o último filme da igualmente espetacular Nicete Bruno. Isso, por si, já é a prova de que o Amor Incondicional é como Alice mesmo berra em uma cena, quando diz que “pode-se fazer um bem sem pedir nada em troca”... Pois a troca já é feita automaticamente!!! Impossível amar sem ser amado de volta. Porque ninguém dá o que não tem; e do que se dá, muito se retém. O Amor faz tudo mundo de refém.

O avental rosa representa o Amor entre irmãs, entre pobres e ricos, entre gays e héteros, entre todos os diferentes que sabem que são idênticos neste quesito. Porque só o Amor une todos no mesmo rebanho sem precisar 'igualar' ninguém.

Alice é criticada por todos ao redor, contraditoriamente em especial pelos que a amam, acusada de “desperdiçar” a Vida cuidando de “moribundos”. A irmã diz ser um gesto de autopunição por culpa de não ter estado ao lado do marido quando ele faleceu. O dono do armazém que frequenta diz que ela não merece a solidão e nem a dor que sente a cada perda. E a equipe do hospital a expulsa depois de ela dar uma grande alegria a um de seus assistidos.

Mas o desfecho do Amor é justamente não fechar, e sim reabrir. Não permitiam que Alice fosse Humana porque os humanos ao seu redor já não se lembravam mais como ser assim. Mas ela os relembrou, um a um. Filhos abandonados, de um lado ou de outro; um estrangeiro solitário, uma irmã amargurada... Todos são re-acolhidos pelo mesmo colo, que por fim se lembrou que sua fonte também serve pra si.

‘O Avental Rosa’ é um filme que todos deveriam assistir. No sentido de ver, e no sentido de vestir...

#SejaUmVoluntário dos cuidados paliativos. Procure um grupo em sua cidade.

segunda-feira, 21 de junho de 2021


Quando você se recolhe, o que mais te acolhe? 

Um colo? Uma canção? Um poema? Uma oração? 

Seja o que for, ou como for: recolha-se e acolha-se!

Às vezes, a gente só quer um colo... Mas por que o nosso próprio colo nunca é a primeira opção? Aliás, geralmente nem é uma opção! Por que a gente sabe socorrer todo mundo muito bem, mas não serve para calçar os próprios sapatos? 

É que fragilidade, para muitos, é sinônimo de incapacidade. Mas não, não é! Alguns, quando se veem frágeis, logo se julgam incompetentes para saírem sozinhos da situação em que estão. Porém, saiba que as vezes em que você parou de chorar sozinho antes mesmo de sua mãe chegar perto do berço são bem mais numerosas que as vezes em que ela te socorreu. É que Amor, Carinho e Acolhimento são memórias bem mais fortes que a do próprio e natural instinto de sobrevivência (que é gêmeo do instinto de proteção). Só que esses instintos não morrem, então, use-os! 

Abrace as suas fraquezas, aconselhe suas dúvidas, assuste seus medos!!! 

Volte a ser feto e deixe que teu próprio afeto te afete. 

Se encolha e, assim, se acolha: essa é a escolha certa! 

O Mundo todo está em você, então, se liberte da ideia de que sempre precisará de alguém para fazer o que você pode fazer por si mesmo. Terceirizar autocuidado é, por princípio básico, incoerente. Liberte-se da dependência alheia para tudo. 

É claro que em algumas vezes, sim, vamos querer o colo do outro, o ouvido do outro, o cheiro do outro, as palavras do outro... E que esse outro seja muito bem-vindo e abençoado! Mas que sirva, sobretudo, para nos lembrar de que ele não é o super-herói ou santo milagreiro. Que ele sirva, principalmente, para nos relembrar da nossa voz, do nosso cheiro, e até do nosso próprio toque. 

Ouça a si mesmo, e sinta a si próprio. Aposto que vai relembrar o quão gostoso é amar você! E vai entender por que os outros ao seu redor te amam tanto assim. 

Espelho, espelho SEU... 

Existe alguém mais capaz de ser Tu do que o teu próprio Eu???

#Autocuidado #Autoamor #Autoresponsabilidade   

Maria Eduarda Novaes 

 

sábado, 22 de maio de 2021

"Há no Silencio tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta" (Fernando Pessoa)


"Um dia, logo cedo, eu cedo e dialogo com você. Mas hoje, não! Tarde demais pra isso..."
(Maria Eduarda Novaes)

Há quem viva fugindo da raia. 
E há aqueles para quem a raia é uma fuga...

A nudez da mudez:
Aquele silêncio em pelo 
Num apelo que berra
Um calado alagado 
Que conserta tudo o 
Que no seco se erra 

Amanda está amando
Amanda está mudando
Amanda está mandando 
No próprio silêncio
Amanda comanda 
Até a direção dos 
Nossos silêncios...

Amanda na borda 
Sangra e vasa
Mas a água dilui
Amanda na raia 
É uma angra 
(Do Inglês "cove"): 
Cova rasa ou profunda 
Onde sempre se inunda e flui

Amanda mergulha em 
Amores e dores
Mergulha pra renascer e 
Entender que tudo se ouve 
Antes mesmo de se ver

Amanda ouve o que houve,
O que a fecunda, e
O que a fará ruir...

A vida começou submersa
E foi obrigada a emergir
E a emergência é justamente
Não ter onde se afogar...

Porque se afogar é afagar a Alma!!!

Quem nunca afogou as mágoas
Não sabe que as más águas só escoam
Quando as boas águas assumem seu lugar

E quando a Alma quer algo
A gente fica com água na boca
E toma uma atitude
Mas quando a Alma quer algo
E não pode, vira aquele alvoroço
E a gente fica com água até o pescoço
No mais claro sinal de incompletude...

Somos 70% água
Nosso cérebro é 
Constantemente molhado
Como meio de proteções 
Contra futuras lesões
E traumas (até do passado)

Ventrículos úmidos ocupam a mente oca
E nos fazem ventríloquos loucos
A falar tudo quase sem abrir a boca

Somos um sistema linfático, apático e empático
Sob luas e sóis, re-pousando 
Sobre lençóis freáticos...

A vida às vezes se agarra na borda
Mas é feita pra se nadar de braçada
Enquanto ela transborda...

Vida é pra suar,
Gozar, chorar e 
Ser 'a braçada'
Eliminando a resistência
(E "Emiliando" a resiliência!!!)

A Vida NADA
No extremo oposto
Da Ausência!!!

(Ps - quem perder essa obra, vai dar com os burros n´água! Eu tô avisando!!!)

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2019... Eu vivia, enfim, a realização de um sonho: estar no Festival de Cinema de Gramado. Um ano antes, o tema da minha festa de 40 anos, que marcava minha vinda definitiva para Canela, trazia esse grande evento como tema central.

Estar no tapete vermelho, ainda que não como atriz (feito sonhei por tantos anos), era mágico demais. E logo na chegada, já pude ter o prazer de encontrar a atriz Marcélia Cartaxo. Prenúncio de um período incrível? Sim, mas... Estranhamente, os dois filmes que mais queria ver foram justamente os únicos que não vi: RAIA 4 e PACARRETE (este, estrelado pela Marcélia).

Tive de esperar quase 2 anos para, literalmente, "mergulhar feito um cisne" nessas duas obras. Mas a espera valeu a pena.

Em Raia 4, o silencio é protagonista. Em Pacarrete, o silêncio invade (e define) a protagonista quando ela entende que seu mundo é só seu, e desprezado por todos! Silêncios que preenchem ausências, e fazem mais barulho que mil palavras, mil braçadas, ou mil bandas de forró tocando no meio da praça, bem na frente de casa. 

Embaixo d´água, ou enquanto vemos ou dançamos um balé, os ouvidos torcem o que ouvem, os olhos distorcem o que veem, e as esperas, sempre angustiantes, perdem a razão de ser!

Viva a Arte!!! E viva os Silêncios que só ela sabe fazer emergir...


sexta-feira, 21 de maio de 2021

~Suave na Nave-MÃE~
 

Dizem que em coração de Mãe, sempre cabe mais um! Mas cabe bem mais que um: cabem todos os papéis cruciais da Vida. Porque Mãe é Mãe mesmo quando não engravida...

Mãe é mãe de filho, de amigo, de amigo de filho, e de filho de amigo! É mãe do companheiro ou da companheira, de colega de trabalho, de morador de rua, de qualquer bichinho que passar na frente. É mãe de parente, de todo apaixonado carente (que vive no mundo da Lua), e de tudo quanto é criança sem dente, especialmente daquela que você berra dizendo que é tua! Porque Mãe é dar toda a atenção devida, mesmo onde não há dívida alguma.

Mãe é psicóloga de plantão, é médica cujo diploma se dispensa, é bruxa-taróloga que põe as cartas na mesa, e sempre tem alguma poção pra ficar tudo bem! Porque Mãe não tem “senão” nem “porém”. É algo muito além do que todo mundo pensa.

Mãe pode até ser tensa, às vezes hipertensa, mas ninguém é mais intensa, nem mais elástica. Seu limite serve apenas para ser ultrapassado. Porque Mãe é sempre imensa! É uma coisa fantástica!!!

Mas tem mãe que é meio possessiva, ora possessa, e às vezes, possuída. É uma loucura sem tabu que a tudo faz jus. Mas que quando fica brava, Jesus! Mete medo em Belzebu...

Mãe é uma doçura sem frescura, uma cultura sem censura, uma história de sempre achar que o filho não come, e lhe entupir de broa, senão ele some. Porque Mãe é a patroa e também a empregada, numa labuta sem fim. É aquela que tantas vezes se consome, mas se sente agraciada mesmo assim.

Mãe transforma tempestade em garoa, e escuridão em manhãzinha. É aquela que passa um sabão, mas que qualquer manhazinha, já perdoa. É aquela que mesmo no Sul é norte. É nosso meio de transporte. É um eterno porte de rainha, ainda mais quando coroa... Mãe é vida real até nos contos da carochinha, que a gente ouve tomando sua sopa de letrinha com batata baroa.

Mãe é o nosso bilhete da sorte, premiado antes mesmo do sorteio. É a nossa melhor escola, e com o melhor recreio. Nenhuma mãe diz que o filho é feio, e é um deleite saber que não é só leite que sai dos seus (an)seios.

Mãe é o nosso mundo, que adora dizer que a gente “não é todo mundo”. É a Mãe-Gaia, nossa firme Terra – ora plana, ora redonda – que não segura a onda e faz uma guerra quando a gente já vai pra gandaia (sobretudo com quem não é da nossa laia), e corta de vez a grana. É a leoa que não se doma, e que, se pudesse, nos manteria na redoma.

Mãe é um Universo que só sabe ser poema inteiro. É um Ecossistema todinho “Céu” (de brigadeiro). É uma carreira-Solo, cujo colo é um (a)Mar onde a gente flutua! É o tempo mais preciso, do qual eu mais preciso, por ser tão precioso. Porque não importa a Era, Mãe nunca erra! E quem nos dera ao lado dos seus, ser eterna; mas ao menos seu Amor, Deus perpetua transformando no remédio mais milagroso, que serve do joelho ralado ao coração partido... Porque só o Amor de Mãe atua em todas as direções, e em qualquer sentido.

Mãe é o nosso juízo (e nosso juiz), é o nosso indulto e salvo-conduto. O que ela diz é Lei, e até objeto de estudo. Só não sei dizer ainda se ela é a ciência exata mais humana ou a ciência humana mais exata. Mas tenho plena consciência de que ela é o cobertor mais felpudo e o almoço sempre pronto.

Mãe é Mãe, e ponto! Isso resume TUDO!!!

sexta-feira, 30 de abril de 2021

~É hora de sacudir os demônios e afugentá-los~

 
Me deram espaço, mas não me deram autonomia.
Me deram escolhas, mas pré-elegeram as consequências possíveis.
Me deram espelhos, mas com aquela película opaca e desfocada impossível de remover.
Me deram um catálogo de sonhos, mas sem me dizer que eram todos incompatíveis com a realidade.

Me deram mil zumbis, e só então me ensinaram a rezar.
Me deram raiva, mas não me deram a fórmula de como lidar.
Me ensinaram a ler, mas apenas porque achavam que eu jamais aprenderia a interpretar.

Me cobraram a compreensão,
Me cobraram o perdão,
Me cobraram dívidas que nunca fiz, e
Me plantaram dúvidas que nunca quis.
(E ainda tive de pagar pensão!). 

Sou uma Constelação que arde 
Onde outras apenas brilham.
Sou a estranha no meu próprio ninho.
Aquela que saiu do avesso 
Ao chegar no finalzinho.
 
Preciso da minha Solidão de volta... 
Ela é vital pra mim!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

 ~Realiz(o)Fantástico~



Amo ser a Bruxa e ser a Fada,
Ser a Feiticeira e a Cigana,
Amo ser a lenda
Armar a tenda
Ser a Salamandra malandra
A quem ninguém engana
E quase ninguém enfrenta


 Amo ser a Ninfa e a Sereia
E até já fui Medusa montada num dragão
Amo nadar no vento e voar no Tempo
E ser a Anjo-Dona da minha própria Dimensão

 
Sim, eu sou a Filha do Caos
Nascida na Imensidão
Sou Curandeira e sou Guerreira
Sou Realidade Verdadeira
E não somente a “tua imaginação“

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

~ONDE SE ESTÁ SÃO~
  

 Há Tempo em que se é, mas não se está...
E em qual Tempo se está são?
Qual meu verdadeiro Tempo?
Moro em qual Estação???

Estou nas pausas do Inverno
"Ou To No" centro da renovação?
Estou na eclosão da Primavera
Ou na euforia do Verão?

Quanto tempo se passa na Terra,
E a quanto ele equivale no Céu?
Qual o meu Tempo ideal?
O Biológico, 
O Transcendental...
Ou o SEU???

           
      
O registro do Tempo vem no vento, feito sorte; ou numa garrafa trazida pelo mar do norte? Penso que vem no nosso modo de Amar... O nosso Amor tem o tempo de um refrão!!!

Eu tinha de te encontrar e te dizer o quão preci(o)so és - de necessidade e de precisão - feito a fúria de uma tempestade que lava, mas também afoga o coração. Não sei precisar quanto tempo será preciso pra encarar nosso entardecer, com ou sem temporal. Porque as estações não mudam, nem em ordem de aparição. Mudam são os nossos olhares, e a nossa recepção... 

   
          
                        
Tempo: mestre de obras, carpinteiro fiel. 
Vamos fazer tudo de novo, 
"Dó-Ré" começo ao último véu? 
Porque...
O Tempo corre, escorre e recorre 
Ao próprio poder
O Tempo passa, pirraça e caça 
A seu bel prazer
O Tempo surge, ruge e urge 
Pelo bem querer 
(E pelo bem doar!!!)

O Tempo em tudo É!!!
Mas nunca fica onde está...


Teu início, teu meio e teu fim chegam ao mesmo Tempo pra mim! Você é a razão da minha procura. E por isso, agradeço, já que é pelo Amor que tudo se cura! Meu presente, mesmo, é flutuar entre o teu passado, e o nosso futuro. É aquela "zona de namoro" onde tudo é uma constante e empolgante descoberta, no claro ou no escuro. Dia e noite - o Sol e as fases da Lua. Não sei quanto tempo leva pra chegar à tua rua, que, aliás, nem sei onde se situa - ou se já soube um dia, e preferi ter esquecido... Aposto corrida com Ninguém pra chegar ao Desconhecido!!!
                 
 
Se o Tempo tem sua própria engrenagem,
Então, pra que perder tempo 
Contanto um Tempo 
Que está só de passagem??? 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

~A POETA DA CASA VELHA DO CAMPO~ 
(A hora do Poema) 


Andar a esmo quando tudo 
já não é mais (d)o mesmo... 
 
 
Minha Alma menstruou há algumas Eras. Antes, tudo era imaturo. E na inegociável delicadeza da efemeridade, a Vida Toda decidiu durar só 1 segundo, quando, na ponta do espéculo, aquele Eterno-de-5-minutos acabou pela quarta vez só neste século, na esquina do "de-vez-em quando" (onde tudo é infinito, mas só por enquanto!). 


No tempo do Não-Tempo, eu ia cozendo e coçando, doendo e doando, plantando intimidades no quintal para colher os melhores sentimentos. Era uma rotina carregar os Sonhos nos braços, de fora pra dentro; e nas Poesias perdidas, me divertindo ao me reencontrar. 

No tempo do Não-Tempo, me agarrei a Ele. Joguei tudo pela janela, mas levei os cacos das vidraças, só pra garantir... E agora levo a minha voz, que vós amais por um dia a mais, mas não soubestes compreender. 
 
    

... E nunca mais houve um Hoje 
como aquele Ontem que viveremos! 

         
    
  

Mas agora é a hora do Poema!!! É a hora de desobedeSER... De sentir-se inteira ainda que aos pedaços. De tentar sempre, ainda que de um jeito prosaico. De saber que se o Coração se quebrar em cacos, a Alma renasce em mosaico, a pagar por tudo o que deveria apagar. 

Sou uma Poeta de peito nu, que significa ser, contraditoriamente, revestido de Palavras! Sou aquela que nada fez, pois os caminhos já estavam todos inventados. Aquela que nada desfez, pois os caminhos são todos "encantados". E em tantos deles, minha Sanidade vive de atestado, rodopiando ao bel prazer juvenil. Já em outros, é uma residente mordaz que cospe fogo na falta de mel a lhe dizer desde que você partiu... 

Você demorou tão depressa!!! Enquanto isso, números foram redefinidos quando eu contava os meus infinitos. E sob um encontro estelar, este lar nunca mais soube ser igual, pois a cidade toda virou uma só gota comparada à minha sede louca de Amor-pra-Dar (e receber em dobro no final). 
                                     
 

Meu corpo era um espaço vazio!!! Até que você deu o seu toque, e ele voltou a ser meu... E o traumatismo sinestésico, oriundo do choque entre os nossos vazios, me fez sentir o cheiro do café e até provar do bolo que jamais assaria só de ler o seu simples bilhete póstumo de “tenha um bom dia!”. Foi quando comecei a sonhar com você do despertar até o dormir... 

Você é a viagem saudosista que eu fiz, e da qual nunca retornei. Você me fez caminhar até o Inverno enquanto o Destino arregaçava as mangas pondo as marras de fora a rugir, para enfim eu ouvir os ecos da minha Alma a me perguntar que alegria eu alegaria ao entender que fazer poesia é saber onde se deita, mas jamais onde se vai levantar!?... 

Porque Poeta é uma leve âncora dotada de um pesado par de asas! Vai perto e vai longe, vai fundo em pedras rasas, e vai onde não quiser mais (re)parar... Poeta é capaz de em nuvens se enraizAR. 

                             
...E o Horizonte que deixei pra trás está radiante em meu espelho!!! 

Aqui é um mundo sem nada, numa Eu sem ninguém. 
É onde tudo que tenho é este Poema! 
É onde nunca espero nada além do próximo Poema! 
Pois quando tudo o mais morrer, ficará o Poema... 


(Agradecimento especial à minha Sis Lafets pelas fotos e também por versos todos seus!)