sexta-feira, 25 de novembro de 2016

~Pequeno Segredo, Grandes Revelações~
Quando um Segredo é a opção escolhida pra não magoar, entristecer, ou é pra proteger alguém, ele automaticamente se vira do avesso e torna-se justamente uma Revelação. Esconder algo por Amor só faz revelar que se ama, o quanto se ama, e sobretudo quem se ama...

E falando em Amar, hoje não vim aqui despejar minhas críticas técnicas. Perdoem-me os que estão acostumados a elas, mas hoje, não. Hoje, tudo aqui é amador, pois vim apenas explicar por que eu amei essa história! 

A Família Schurmman entrou na minha vida em 2006, quando, em um concurso de um site, ganhei como prêmio o livro Em Busca do Sonho (2006). Dali, simplesmente quis saber TUDO sobre essa família aventureira. Comprei seus demais livros, exceto Pequeno Segredo (2012). Eu sabia da história de Kat - enquanto lia Em Busca do Sonho, a imprensa noticiou seu falecimento, e consequentemente eu soube como ela se tornou uma Schurmman - e achei que choraria e sofreria muito lendo "detalhes". Mas eis que dez anos depois de eu me apaixonar por essa família, o único livro que não li se torna um filme. E se já sou apaixonada por livros, imagine por Cinema... E imagine ainda por Júlia Lemmertz! 

Chorar passou a ser, então, mais que obrigatório!!!

Fiz questão de ver o filme sozinha, em uma sala/horário pouco concorridos, pois tinha receio de transformar o cinema num novo Oceano, ao liberar em segundos as "Cataratas do Iguaçu" há anos acumulada em mim... Entrei na sala com receios, prendendo a respiração, mas os minutos foram passando e o "melodrama" não havia dado seu recado. Me tranquilizei, relaxei, e curti Júlia Lemmertz, Maria Flor, Fionnula Flanagan, e Mariana Goulart. Os meninos que me desculpem, mas esse filme foi, como está na moda dizer, "uma bandeira no empoderamento feminino"! Nem o Pélago, em sua real grandeza, conseguiu se sobressair nessa. As meninas, a começar pela autora da obra homônima, simplesmente dominaram tudo!  - embora eu tenha de fazer jus ao "menino" roteirista, David, afinal, ele quem reuniu e exibiu o show das Damas. Obrigada, meu rapaz! 

Heloísa reatou um laço que Kat havia perdido, e assim criando um a mais para si e sua família. E é no centro desse laço que mora o tal Pequeno Segredo, que revela ser, simplesmente, a maior de todas as coisas: o Amor. Esse filme é uma história de família, que deixou de ficar restrita a um barco, e mesmo a um livro, e nos foi presenteada em amplo aspecto. É uma história de relações humanas que vão além da genética e da cultura; que prova que tudo o mais é coadjuvante e supérfluo, até mesmo a liberdade de navegar pelo Mundo. O Mundo, aqui, parece pequeno, parece segredo, mas é infinitamente maior que o Mar...  

Heloísa contou sua história, e Júlia Lemmertz mergulhou nesse Oceano particular fazendo dele a sua história. Eu quase esquecia o rosto de Heloísa quando o de Júlia a representava. Eu praticamente não conseguia ver "Maria Flor" como a mãe de Kat. Kat era de Heloísa / Mariana era de Júlia... E Júlia ensinou, pra "gringos e goianos", com e sem sotaque, como Amar alguém, numa cena irretocável e memorável que, pra mim, resume todo o filme! Vilfredo, David, Pierre, Wilhelm, e todos os demais personagens estavam tão pouco em cena, creio, porque preferiram assisti-las. Eu, no lugar deles, faria o mesmo. Eu navegaria nessa Imensidão de Mulheres fortes - de dimensões incalculáveis e infinitas - sem pensar duas vezes.

Era um filme, sim, e com estrelas nacionais e internacionais. Era um filme com cenografia impecável assinada pelo maior de todos os cenógrafo: Deus. Era um filme com todas as demais características de um, mas, ao fim, era simplesmente "uma linda história de Amor", que suavizou tremendamente uma grande tristeza. Uma lição de vida conduzida por uma Júlia Lemmertz linda, serena, enxuta, brilhante... Alguns filmes não são pra serem "analisados", vistos por sua forma, por seu conjunto técnico de cenas. São pra serem absorvidos, apenas. E aqui, o segredo é exatamente esse: a História em si. Todo o resto é detalhe. 

IMPERDÍVEL, Pequeno Segredo é um filme que faz chorar, sim... Mas não sofrer!!!