segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

~SPCC~
São Paulo Cultural Clube
E essa cidade toda
Vai virar uma só gota
Perante a minha sede louca
De Cultura, Amigos e Amor...
14 a 16/dezembro/2013
 
Há tanto o que falar, pois foi tanto o que senti...
Há tanto o que mostrar, pois foi tanto o que vi...

Quem dera todos pudessem
Ser feliz como fui, 
Como sou,
E como provavelmente 
Sempre serei!

Sou feliz porque
Vivo de Amores, 
De Amigos, 
De Artes.
Porque faço Viagens
E Poemas por inteiro,
Nunca por partes!

Sou feliz porque
Tenho tudo
E de uma vez só!!!!  
 
 
Sou  Dudartagnan, e tenho três mosqueteiros lindos...
"Odilathos", "Mariorthos" e "Taniaramis"!
Articulam surpresas, presentes, caronas, entregas.
Não importa o cansaço, sempre estão ao lado
Aguentando amiga piegas;
Indo atrás de banquinhos
Pra gente esticar as canelas,
E deixam a gente comer 7/8 de duas tortas
E ainda pagam por elas.

Eles te levam a uma peça incrível
E depois ainda perguntam
"Qual outra peça você quer assistir?"
E não interessa se está esgotada:
Eles arrumam um belo cantinho
Pra você não deixar de ir.

Eles aliviam a sua dor,
Ouvem seus desabafos contidos,
Se indignam com os insanos excessos,
Mas depois vibram muito
Celebrando seu sucesso!

Exaltam suas qualidades,
Abraçam e beijam com vigor,
Fazem questão de estar contigo,
Deixam marcado um super reencontro;
Pois sabem que a distância é um horror,
Um injusto castigo!

 
"Amigas ausentes, pero no mucho!"
(A Menina que Ganhava Livros)

Ao vivo ou em livro...
Todos estavam lá, ainda que 
De um jeito desigual!
Mas assim é a Ciranda da vida:
Tem seu lado físico,
Mas também o espiritual
Dani Galli e Célia Forte:
Foi no Rio qu´eu as vi,
Mas não onde as deixei!
Criei um ritual de memória
E na lembrança as carreguei
Junto à sua linda história
E de quebra ainda ganho
Duas lindas dedicatórias
E pelos olhos, desaguei...
    
Um poeta nas ruas,
Homens velhos e novos...
Borboleta, tu estás em Liberdade!
O Poeta volta ao passado
E lhe apresenta o futuro...


A Borboleta volta a partir,
Pois ainda há muito
O que se ver nos dias,
Mas leva sempre consigo
Uma coleção de novas poesias!


Borboleta pôs a Língua pra fora
Dentro do casulo na
Praça das Palavras...
Casulo da Borboleta,
Útero do Poeta!


E a Borboleta então
Se embriagou!!!
A Borboleta até cantou
De tanto que se metamorfoseou...

domingo, 10 de novembro de 2013


Perder esta produção é...

~Catarina Ashcar~

Quem acompanha meu diário virtual viu a crítica que fiz sobre a peça Ciranda, de Célia Regina Forte. Nela, minha amiga linda, e tremenda Atriz, Tania Bondezan (a Minha Xu) dividiu o palco com Daniela Galli, a quem generosamente me apresentou. Conheci então outra grande atriz, com um curriculum de respeito, e uma pessoa igualmente linda. Tania não podia mesmo estar mal acompanhada em cena. Precisava, e merecia alguém a sua altura. Por isso, Ciranda é um círculo perfeito (ê, momento saudade...)!!! 

A "Cirandinha" Dani foi então escalada para viver Catarina Ashcar em Pecado Mortal, novela de Carlos Lombardi, que estreou na Record. Lombardi é autor e colaborador de grandes sucessos na TV (como Bebê a Bordo, Quatro por Quatro, e Coração de Estudante), mas decidi acompanhar Pecado Mortal tão somente por causa dela, pois lá se vão pelo menos 3 encarnações desde que perdi totalmente a paciência pra novelas. Isso porque faz tempo que não se vê "capricho de Alma" nas produções. Meu negócio, mesmo, é a dupla Cinema-Teatro, e, quando muito, uma minissérie ou série de TV.  


Eis que em 25/9, o primeiro capítulo chegou a mim junto a outro capítulo real e triste da minha vida: minha tia foi pro céu. Com isso, a partir do capítulo 2, a novela passou a ter ainda a responsabilidade de me agradar, de me fazer rir, de me arrancar daquela tristeza... E não é que conseguiu?!... Me surpreendi completamente! "Capítulos sem a Dani serão capítulos mortos, tempo puramente perdido", eu achava; mas não! Ela é o destaque pra mim, é claro, mas me sinto inteiramente envolvida pela trama de ação/suspense, e suas cenas muito bem dirigidas por Alexandre Avancini; e ainda pelos "Sansões" e seus peitos másculos nus ou seminus - coisa, aliás, que nunca fez meu estilo! 



Num enredo que finalmente foge do arroz-com-feijão, tudo é tão bem amarrado que os núcleos paralelos chegam a ficar em pé de igualdade com o principal, a ponto de deixar a "promotagonista" (promotora Patrícia, protagonista da trama, interpretada por Simone Spoladore) até um pouco apagada. Tudo é bem distribuído. Ninguém está ali fazendo figuração. Texto redondinho, direção precisa e elenco estrelar (com raras exceções) estão afinados na mesma sintonia, regida por uma trilha sonora excelente; e composta por cenários e figurinos que também são uma atração a parte, a começar pelo terno azul de Michele, seguido pelo colorido na decoração da sala do apartamento de Carlão e Patrícia. 

Em plenos anos 70, num Rio de Janeiro dominado pelo jogo do bicho, temos uma guerra-fria entre duas famílias de contraventores, os Ashcar  e os Veneto, onde vez por outra saem faíscas - e que faíscas. Capangas e policiais corruptos, sendo um deles vendido para ambos os lados, comandam uma pancadaria e um bang-bang de primeira. À margem deles, dois caipiras desonestos tentam se dar bem, e suam a camisa pra enganar a tia corregedora. E pra não dizer que não falei das flores, as mulheres da trama são um capítulo à parte. Laura, enfermeira de dia e stripper de noite, é uma mulher forte que não teme os bicheiros que mandam no morro onde vive. Mas em se tratando de coragem, Stella é a campeã do quesito. Ressurgida das cinzas, ela volta para enfrentar sua algoz, Donana, mulher do bicheiro Michelle Veneto, que roubou seus dois filhos no passado e mandou seu irmão matá-la. E no centro disso tudo está uma promotora toda certinha que descobre estar casada há mais de uma década com o filho do bicheiro que está tentando encarcerar. É mole, ou quer mais? Eu quero, no mínimo, que continue assim. 

Mas voltemos ao motivo deste post: Daniela Galli e sua Catarina Ashcar. Uma mulher rejeitada por todos a sua volta, ridicularizada pela própria família, e pela do marido, de quem é saco-de-pancadas. Em número de cenas, Catarina tem menos aparições que tantos outros, mas quando está presente, falando ou calada, rouba a atenção para si com a face dramática de uma mulher completamente deslocada. Personagens assim são uma armadilha perfeita para se cair no caricato, e se fazer cara de "bulldog depois da vacina"; mas ela, não. A cada cena, Catarina passa por todo tipo de humilhação, reage (ainda que timidamente), mas permanece engolida por todos ao redor. E sua feição é de uma mulher que acabou de chegar a uma festa sem conhecer ninguém, é de uma mulher triste, e não de “coitadinha”, o que é bem diferente... A cena com Jussara Freire, quando Catarina confronta a sogra por armar pra que ela pegue o marido na cama com outra, foi um primor. Jussara é uma das maiores atrizes deste país, e Daniela só provou que está no mesmo patamar. O mesmo aconteceu quando Otávio (Felipe Cardoso), bêbado, mais uma vez a agride e a joga no meio da rua, sendo acolhida por Laura. E a mais recente das cenas marcantes veio quando Catarina flagrou a própria irmã, Doroteia (Paloma Duarte, outra grande atriz), na cama com Otávio e ainda foi humilhada por ela. Pena estas cenas que mencionei não estarem disponíveis em vídeo no site da Record, mas destaquei aqui algumas pra provar o que estou dizendo. Sim, porque quando eu digo que eu só gosto de coisa boa, ainda há quem duvide. 

Meu povo, “prestenção”: eu acordo às 5h, e a novela passa entre 22h30/23h30. O sono luta contra mim mais que Picasso contra Carlão. Já me vi dando tapas na cara pra ficar acordada até o fim do capítulo, e já cheguei ao nível de cochilar um pouco antes, pondo o despertador pra me acordar faltando uns 5 minutos pra começar. No capítulo da última sexta (8/11), valeu muito a pena o esquema. A sequência do bang-bang no hospital foi digna dos melhores filmes do gênero. Tenso, ágil, e em nada previsível. E por aí, pro meu deleite e de tantos, vem a decisão de Michele de usar Catarina Ashcar em sua vingança contra os turcos. Como será que vai ser?



PECADO MORTAL? Sinceramente, não sei qual. Essa novela não peca em nada, principalmente no elenco, principalmente no núcleo dos Ashcar, principalmente em Catarina: a grande!

 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PEDRA, TESOURA E PAPEL
~a polêmica das biografias não-autorizadas~


Enfim, eu relutei, relutei, e relutei em entrar neste assunto, mas cá estou, cedendo uma vez mais a certas cobranças que não entendo porque existem, mas, como sou uma "pamonha vencida", vamos nessa, né?! E já que é para me manifestar, vamos fazer isso por completo, e começar do começo...

A raiz de toda e qualquer polêmica é sempre a mesma: má conceituação. Às vezes, é uma coisa congênita (já se parte da premissa errada); ou às vezes, pontual ("conveniente" seria o termo mais adequado). O caso das biografias não-autorizadas me mostrou os dois lados da coisa. Há quem saiba, exatamente, o que significam os termos "liberdade de expressão" e "direito à privacidade", e, sobretudo, os conceitos de "censura", "ditadura" e "democracia", mas gostam de se fazer de desentendidos. E há outros que, sou obrigada a admitir, realmente não sabem mesmo o que são “privacidade”, nem muito menos “censura”, pois cresceram num mundo onde a vida é um Facebook desenfreado, uma terra de especialistas empíricos em tudo, e onde esse tudo se compartilha em detalhes. São pessoas que nunca tiveram necessidade de se preservar, nem de se informar sobre o mínimo (leitura e apuração de fatos estão praticamente em extinção, basta simplesmente curtir e compartilhar). Pessoas que nunca sofreram qualquer tipo de repressão, ou punição por falarem o que quiserem. Talvez, por isso mesmo, achem que o outro tem de viver da mesma forma. 

Eis o tempo das subcelebridades que dominam o Planeta com seus comportamentos esquizofrênicos. Tempo de se viver um Big Brother Global, um autêntico Show de Truman, onde se oferecem bundas a granel, peitos aos quilos, e cabeças vazias (ou cheias de ideias estapafúrdias) aos pacotes. Onde a vida alheia é a prioridade máxima, afinal, pimenta na biografia dos outros é refresco!!!

Ditadura, Censura e Democracia - Ditadura é um regime de governo onde a participação do povo nas decisões que lhes dizem respeito são nulas, ou quase nenhuma. Além do que, o cidadão não pode sequer criticar o sistema, e mostrar a sua insatisfação pessoal/coletiva com o rumo das coisas, senão, "ou o pau come, ou o pai some"... E é isso, de não poder ter voz na sociedade, de não poder verbalizar algo sobre o coletivo (vejam bem, "coletivo"), que é a censura contra a qual personalidades como Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, e tantos outros lutaram durante o golpe militar; o que, pelo amor de Deus, entendam, não se assemelha o mínimo com o que defendem hoje, que é o direito à privacidade, o que tantos tentam chamar de censura prévia. Uma coisa é o mocotó, a outra é a melancia. 

É natural que se oscile entre os extremos para só então se chegar ao equilíbrio. O problema é que estamos cada vez mais longe dele. Saiu-se de uma falta quase total de liberdade para se cair em algo que, acham, ser o completo oposto (#soquenão). Vivemos agora em uma democracia e, vejam só, temos incontáveis livros cheios de proibições taxativas, de regras a serem seguidas, e punições previstas para quem transgredí-las. Regras que garantem liberdade e proteção coletivas e individuais. É um regime de governo onde o povo tem o poder de tomar decisões políticas direta ou indiretamente, através de representantes por ele escolhidos. Portanto, democracia não é o "Parque do Eu-faço-o-que-quiser, e-se-quiser-que-me-processem!”. Qualquer ideia que se assemelhe a simples “o país é livre, então, posso tudo” é um erro crasso ora usado por ignorância, ora de caso pensado mesmo.

Constituição x Código Civil - A pergunta da vez é: "Constituição Federal ou Código Civil: qual vale mais?". E a resposta é: o bom senso! Privacidade é garantia natural de qualquer um, algo superior a qualquer regra criada. E vida privada, todos temos, mesmo as pessoas que têm pública alguma parte de sua vida. Demos a César o que é de César: sua intimidade, fatos da vida pessoal; e ao povo, só o que de fato interfere no coletivo. A Liberdade de expressão diz respeito a seu direito de se manifestar sobre sua própria vida, suas escolhas individuais de foro íntimo; e sobre as questões sociais, públicas, e governamentais. O pronome "se" é reflexivo. Expressar a si próprio, e não o outro. Se quiser usar essa liberdade para falar da vida de outra pessoa, entenda que daí nascerá o direito dela de se entender invadida, ofendida, prejudicada de alguma forma. 

Só que, pelo visto, a este ser só caberá o direito de pedir uma retratação... "É isso mesmo, produção?".

Realmente, é impossível controlar a língua de alguém. E está cada vez mais impossível controlar também o que se posta na internet. É obviamente mais simples deixar livre que prender, pois prender demanda um controle o qual nem todos estão dispostos a aplicar, e nem a se submeter. Agora, convenhamos, achar que você tem o direito liquido e certo de PUBLICAR (lê-se: "tornar público") a biografia de alguém em um livro, e ganhar dinheiro em cima disso, algo que não é seu pertence; e achar que isso é liberdade de expressão, me perdoe, mas vou fazer valer – dentro deste conceito conveniente - minha liberdade de expressão para te dizer que "VÁ À MERDA!!!". 

Cada um tem o direito de gerir a própria vida, e vê-la revelada somente do jeito que quiser, e onde quiser. Nada nem ninguém pode se sobrepor a isso. Justificar sua vontade de fazer da fofoca um ganha-pão como algo garantido pela Carta Magna do seu país é, no mínimo, cretino. Publicações que passam por editoriais, e que vão se reverter em lucro, são os únicos meios verdadeiramente capazes de se controlar e, assim, poder evitar que a moral de alguém seja seriamente abalada. Poder prevenir tremendos estragos. E esse controle é um direito da pessoa cuja vida querem publicar - e arrecadar com ela!. E é infinitamente superior ao direito de qualquer um outro de se expressar. Usar "ditadura" e "censura prévia" como argumentos para defender uma invasão dessas é, mais uma vez, de uma cretinice que me espanta que pessoas esclarecidas não percebam isso. Volto ao ponto onde disse que se fazem de desentendidos, pois lhes é conveniente.

Argumentar que "há leis para reparar danos, mas não há leis para censura prévia", como escreveu recentemente o jornalista Sandro Viana, é outro acinte ao bom senso, ao respeito, e ao caráter. Quem escolheria, ou seria obrigado a fazer um seguro de vida somente depois de morto? E quem pode preferir, ou ser obrigado a pedir apenas indenizações posteriores a se prevenir de ser moralmente ofendido ou prejudicado de alguma forma? O dano moral é irreparável, porque moral não tem preço. Não é porque pode-se conseguir dinheiro ao fim de um processo jurídico que, de fato, significa que a mácula se vai. Dinheiro, neste caso, é somente para se dizer que se fez justiça, que se garantiu todos os direitos; e não para corrigir as perdas sofridas pelo disparate da “liberdade de expressão” publicada em uma biografia não-autorizada, porque o biógrafo, um cidadão da democracia, não podia ser censurado.

Em suma, todos têm de ficar expostos à liberdade de expressão alheia, à exposição pública de coisas que lhe são privadas, pois o único direito que se tem sobre a própria vida é o de processar depois! 

Pedra que se atira, Tesoura que se crava e Papel que se publica são coisas que não voltam atrás... Cuidemos cada um da própria vida; e do próximo, só se for em razão do coletivo!

Maria Eduarda Novaes

terça-feira, 29 de outubro de 2013



     
  

Oi, tia. Espero que esteja tudo bem! Tenho vibrado muito por isso... Já se passou mais de um mês, e às vezes ainda parece que foi ontem... Mas quando já se passavam 15 dias apenas, fiz um poema me despedindo da tristeza, me obrigando a uma nova fase; e coloquei aqui na parede da minha sala do trabalho a foto que minha irmã pôs de capa do Facebook, com a música "minha vida é andar por este país pra ver se um dia descanso feliz...". Ficou especialmente linda, e tem me ajudado a levar essa ausência física mais facilmente. Também procuro sair ainda mais com os amigos, parentes, e ir muito ao cinema. Sabe que minhas críticas amadoras andam fazendo sucesso? Ai ai...  


Dia 14/10 foi aniversário do Ricardo, e fomos ao Outback. Seus filhos foram. Eles tinham acabado de dar a notícia para o pai. Camila havia pedido para não comentarmos nada sobre você, para não deixá-los tristes ainda mais. Eu pensei que não fosse conseguir me controlar quando abraçasse a Olga, mas, consegui. Chorei antes, antecipei o momento. Deu certo. Mas não é que o cardápio trazia um "arroz Tasmânia Especial"?! Pergunta pra mim se prestou? Ainda choro, ainda não consigo ver tantas fotos e homenagens, mas sei que já tô bem melhor. Eu já tô subindo a ladeira. Ainda recebo telefonemas e mensagens especiais, e tô fazendo terapia com a amiga do Senado, onde na "quarta-feira de cinzas" me despedi oficialmente do seu lado físico. Nossos cafezinhos semanais, diretamente daquela máquina igual a sua, servem para lembrarmos as coisas boas e engraçadas envolvendo você. Como ela não te conhece, é uma boa oportunidade pra te apresentar. Na última sessão, dia 15/10, eu contei a história da Musse Tatá, lembramos do "Taitanic", e percebi que a melhor forma de cura é mesmo essa. Pena eu não conseguir isso logo de primeira. Mas é meu jeito, né?! E como sabemos que coincidência não existe, qual a mensagem do dia? "Lembremo-nos e falemos somente de momentos alegres e felizes". Foi o pensamento desde que acordei, e que só se confirmou. 

Dias 19, 21 e 24 foram especiais pra mim, aniversários de pessoas especiais, que só de existirem, simplesmente, já me ajudam, já são anjos. E dia 24, um dia antes de se completar um mês, ainda saí com Gui e Dora para um lanche especial. Tão especial que pude ser eu mesma (falante por todos os poros), sem restrições. Legal ser aceita como se é, em especial em momentos de fragilidade. Rosi, minha Candoca linda, e seus meninos também têm me feito tão bem. Meus tios, primos e amigos próximos foram os responsáveis pelos únicos dias bons que tive neste período. 

A família G5, então, foi responsável pelo fim de semana de risos e boas lembranças, até porque estávamos reunidos pela última vez em sua casa. Você merecia de nós um momento igual ao que tantas vezes nos proporcionou. O João Paulo colocou uma foto dele e da Juliana com vocês, e falou do apelido de "Furacas", e perguntou a cada um de nós qual era o nosso apelido. Foi uma sessão nostalgia forte! 

E bem ao estilo dela, me despeço com um beijo da "Maria-Sal-de-Frutas", e sigo pedindo que, se puder, me proteja, interceda por mim e pelo meu pai, mãe, irmã, e todos na nossa família querida, em especial os que mais têm dificuldade de lidar com sua falta física. Beijos pra vovó, e vê se não fica dando uma canseira aí na véia, viu? Ela nunca teve o mesmo pique que o teu, portanto, colabore, kkk


D:>   

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

UMA SERRA VESTIDA DE OUROS



O filme da semana foi Serra Pelada, que de "pelada" não tem nada. É uma Serra vestida de muitas roupas douradas: roteiro, direção, elenco, fotografia... Heitor Dhalia acertou em tudo.

Primeiramente, este filme foi a prova inconteste do talento de Wagner Moura - se é que alguém ainda duvidava dele. O camarada pode ter uma ou outra cena no trabalho que for, que ele vai chamar a atenção. Como um dos produtores, ele atua pouco em quantidade, mas incomensuravelmente em qualidade. Claro que não contei, mas num filme de quase 2h, se ele aparece em 10 cenas, é muito. Mas ele manda, e o resto obedece, literalmente! Pra se ter uma ideia, o mais fraco (lê-se: básico) é  Matheus Nachtergaele. Sophie Charlote e Júlio Andrade (o Gonzaguinha, do filme ´Gonzada, de pai pra filho´) também estão enormes em cena; e, pasmem, até Juliano Cazarré deixou pra trás a canastrice habitual (vide o tal Ninho, de ´Amor à Vida´) e está dando conta do recado. Quando um ator assim me surpreende, reconheço o mérito dele, mas também vejo refletidos os méritos do diretor. Um bom diretor sabe espremer o que nem o ator sabe que tem pra dar, ainda. Um bom diretor é a melhor escola para um ator.

Serra Pelada é mais um filme que opta por usar uma questão social importante como gancho para o lado pessoal, para focar no reflexo disso no ser humano; e deu certo. A opção pela narração também é boa, pois é no limite certo, e ainda economiza tempo de duração do filme. Mas, claro, há quem pense que diálogos mais profundos são sempre melhores, ainda que precisem esticar a película. Tudo bem, cada um se agrada mais de uma forma que de outra, mas é importante ressaltar que a narração não é exagerada, e também não ocupa espaços de grandes cenas.  

O roteiro traz imagens reais da exploração da maior mina de ouro já descoberta no país misturadas às fictícias; e em meio aos 4 anos que engloba (1980-84), conseguiu passar por tantos temas na medida certa: ganância, banditismo-faroeste, prostituição, homossexualidade, a chegada da Aids, a malária, contravenções das mais variadas - dignas de famosos filmes de máfia. É mais um filme histórico muito bem feito, em todos os detalhes, que vale muito a pena ver. É aula de História do Brasil, e de história do Cinema no Brasil, que está ficando cada vez melhor, se mantendo no mais alto nível técnico-criativo.  

A cada filme que passa, mais ansiosa eu fico para chegar logo a vez do meu...

domingo, 20 de outubro de 2013

A cara de boneca-de-cera do cartaz, acreditem, diz tudo sobre este filme. Uma história tão inexpressiva quanto caricata, uma tentativa frustrada (e frustrante) de se realizar a primeira cinebiografia de uma das mulheres mais emblemáticas do mundo. “Diana” é um insulto, um desrespeito tanto com a princesa quanto com os espectadores. Nada neste filme funciona minimamente. Aliás, para ser justa, a interpretação do ator Naveen Andrews, famoso pela série LOST, é satisfatória, e em algumas cenas chega a chamar a atenção (lê-se: acordar quem já há muito dormia!). E é só! Porque Naomi Watts, apesar de talentosa e experiente, conseguiu construir uma princesa ainda mais falsa do que aquela que a imprensa inventou e sempre tentou nos fazer engolir. Uma mulher que em determinadas cenas aparenta falar “com um ovo na boca”, e andar com se sobre um salto quebrado, de tão mal construída. Mas a culpa deste desastre – digno de ser comparado ao real que vitimou Diana – não é, obviamente, só dela. O roteiro de Stephen Jeffrey sofre da síndrome da Polaroide. Sabe quando alguém senta ao seu lado e coloca várias fotos de vários momentos de sua vida, e tenta te explicar através delas tudo o que lhe aconteceu desde que nasceu até o presente momento? Então, este filme é bem assim: tentou mostrar tudo, e, claro, terminou não mostrando nada. 10% das cenas, se muito, passam de 1 minuto, e mesmo estas trazem diálogos e situações mais rasas que um pires. Há cenas que se chegam a durar 5 segundos, duram demais. Algo que “se piscar, perdeu”. Se bem que, na verdade, não perde é nada. São absolutamente dispensáveis. Há situações tão forçadas que chegam a ser ridículas, simplesmente. A direção do alemão Oliver Hirschbiegel também sofre de outra síndrome infelizmente comum no cinema europeu: a síndrome do io-io. O movimento vai-vem da câmera chega dar náusea algumas vezes. Seu foco, claro, foi “a visão de um paparazzo” sobre Diana. A câmera a persegue de pertinho, ou com zoom, e a gente se sente correndo atrás dela também. Este filme perdeu a grande oportunidade de nos mostrar uma mulher que ainda não conhecíamos – já que a Lady Di versão Palácio de Buckingham nos é figurinha repetida; mas tivemos mais do mesmo. Aliás, pior! O que não nos foi passado nesta linha, foi baseado em boatos e construído de forma tão superficial que não prende o espectador nem na cadeira. É fácil levantar e ir embora antes dos créditos finais. Confesso, queria ter feito isso, assim não seria obrigada a ver a aparição meteórica de Dodi Al Fayed na história como se tirado de dentro de uma cartola, literalmente. Aparece do nada, e some minutos depois. Eis um candidato fortíssimo a PIOR filme biográfico da história da humanidade! 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

 GRAVIDADE é perder este filme!
Há muito, criei um código de classificação para filmes e peças de teatro: o critério ABCD em níveis 1-2-3... A, de “1-Amei, 2-Adorei, 3-Alucinei”; B de “1-Bacana, 2-Bom, 3-Básico”; C de “1-Chato, 2-Cansativo, 3-Caótico”; e D, de “1-Dormi antes da metade, 2-Desisti no Trailer, 3-Desesperador”. GRAVIDADE, para mim, é um autêntico filme A2. Primeiro porque adorei, e também porque, sim, só há de fato dois personagens na história. 
É comum ver peças de teatro com apenas 1, ou 2, ou no máximo 3 atores; já filmes, nem tanto. O longa do diretor mexicano Alfonso Cuarón é um destes filmes que poderia acabar mais cedo “por falta de elenco”, mas não é apenas por isso que ele é raro. Ele é atípico em tudo que mostra, e, portanto, surpreendente... O filme começa com Sandra Bullock, George Clooney e Ed Harris – que só diz uma frase, e eu só soube que se tratava dele graças aos créditos. Somente eles, e um bando de vozes vindas da Terra, do centro de controle espacial da NASA, em Cabo Canaveral. Vozes baixas, abafadas, exatamente como são ouvidas em missões assim. O diretor nem sequer se preocupou em depurá-las para facilitar o entendimento do público. Ele quis realismo puro, e conseguiu. Imagino que no original, que não tem legenda, muita gente ficou comendo poeira cósmica, boiando no espaço sideral, sem entender o que se dizia. Falando em espaço sideral, o cenário só não é um buraco negro, um vazio colossal, porque o planeta visto do lado de fora preenche magnificamente nossa visão. Se bem que todo o aparato de sondas e telescópios também é grandioso, mas o interessante é que as menores partes deste todo são as que, verdadeiramente, mais se destacam. 
A falta de gravidade física é inversamente proporcional à gravidade da situação em que se encontram estes dois astronautas e a engenheira, que estão fora da nave explorer para reparos no telescópio Hubble e são atingidos por uma tempestade de lixo espacial, fruto da destruição de um satélite por um míssil russo, que achava se tratar de satélite espião. Ed Harris é o primeiro a, literalmente, ir pro espaço (melhor dizendo, continuar nele), restando apenas Clooney e Bullock. Escapar da tempestade não era garantia alguma de sobrevivência. Sem comunicação com a Terra, com pouco oxigênio e quase sem combustível no propulsor externo, o perrengue intergaláctico do casal de LINDÍSSIMOS protagonistas (e únicos personagens!) estava só começando. Como voltar pra casa, sendo que o principal equipamento de viagem fora seriamente avariado? 
Não vou mentir pra vocês, o filme tem 2 cenas apelativas, sim; e uma totalmente inexplicável – que ou passou despercebido pelo roteirista, ou foi proposital para ir mais além. Mas é só! E isso porque nada é perfeito. Porque fora esses casos (que não vou revelar quais, pois faço críticas, não divulgo spoilers), o filme é uma curta prova de resistência. 1h30 de tensão que vão por seu coração a prova. “Agoniante” seria o adjetivo mais propício para definí-lo. Tecnicamente, ele tem tudo no lugar; e olha que não vi a exibição em 3D, que, dizem, é a melhor já feita desde Avatar. O texto é curto e grosso, aliás, eu diria até que “eles falam demais” para quem tem de economizar no oxigênio, mas o que falam é justamente o que conduz o filme, o que justifica e alimenta o instinto de sobrevivência. 
Bullock prova mais uma vez que não é apenas um rostinho maravilhoso, mas sim uma atriz talentosa e muito bem preparada, disciplinada. Um corpo impecável e ágil para quem chegará aos 50 em plena Copa do Mundo. Isso é fruto de consciência do que é a profissão, que o corpo é um objeto de suma importância; mas a composição psicológica da personagem também, e ela não deixa a desejar em nada. Falando em “nada”, Clooney também não muda nada: continua o mesmo galã de E.R, mas serve bem para a ocasião. Duvido que a Nasa tenha um astronauta tão charmoso e sedutor, mas já que a beleza é um chamariz, nada mal! 
GRAVIDADE é um filme de ação e de suspense que, graças a Deus, mesmo tendo dois símbolos sexuais no elenco, não caiu na besteira de inventar um romance-astral pra estragar tudo. Um filme rico em detalhes, que são uma atração a mais – como as lágrimas da engenheira Ryan, que sobem e flutuam; bem como os focos de incêndio, que saem dos fios e passeiam pelo interior da sonda. Sensacionais!
Este quase-monólogo cinematográfico com uma das minhas atrizes favoritas desde a minha infância foi uma das atrações do meu fim de semana. Escolha uma sala e aproveite você também. Ah, vá ao banheiro antes, porque nada vai te fazer querer sair antes de acabar.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quarta-Feira de CINZAS
  


Oi, tia! Estou agora no trabalho da minha amiga querida, e aqui veio o desfecho do dia. Um desfecho esperado, em partes... Inesperado foi meu pranto, ainda mais forte que foi em todos os dias. Quando li o que a Fefa postou, em Inglês, eu desabei. Mais especificamente porque, ao ver a foto do local, olhei para o lado e deparei com o calendário que minha amiga tem na sala, com imagens do mundo inteiro; e a imagem do dia era justamente a mesma. Se não bastasse isso, a mensagem que acompanhava era "A Vida É Imortal"... Coincidência? Não! Porque isso não existe!... Eu tenho a crença, verdadeira, de que você está viva, e bem; e creio nisso tanto quanto sei que mal estamos nós, que ficamos aqui, apesar de tudo que nos consola, e dos tantos que nos confortam; e apesar dessas mensagens certeiras que temos de receber (e recebemos). A falta física é forte, mesmo sabendo que a presença espiritual agora será ainda maior... Este período de transição é complicado mesmo, demora... Criei coragem e escrevi pra Olga, Finho e as meninas, me desculpando pela covardia em não ligar para eles, pois ainda não consigo parar de chorar, e por isso não quis pôr mais "gelo na piscina". Eles me compreenderam. Minha amiga aqui, que no momento me apóia muito, está sendo obra mesmo de Deus. Eu hoje escrevi muito, e fiz também poemas felizes para meus amigos que fazem aniversário em breve. A tarde transcorreu bem, mas a noite sei que já vai ser mais pesada. Agora, os episódios de tristeza vão diminuir, e a gente já vai conseguir rir de algumas coisas. Minha outra amiga, aquela atriz para quem comprei a bengala, sem saber hoje me fez sorrir quando lembrei dela perguntando "você não roubou a bengala da tia, não, né, Duda?". Eu sei, a gente pode até perder coisas, mas pessoas a gente não perde jamais. Elas se reciclam, e ficam pra sempre, só que de um novo jeito. Mas saber nem sempre significa aceitar facilmente, né?... Minha amiga Lis me disse que estou chorando por vários. Estou captando as energias deles, e possivelmente também a tua, por isso me sinto tão mal, e tão frágil. Mas que isso passa... Conversando com minha mãe, todos jantavam e celebravam como você havia pedido. Tudo estava calmo, e controlado dentro do possível. Pelo visto, só eu mesmo é que tô dando vexame... Tio Firmo pôs uma imagem/mensagem sua muito forte e muito linda. Alguns não gostaram, mas eu entendi isso como "a fase da raiva", que eles só viveram agora, quando o último capítulo físico se encerrava. Repito as palavras dele: BOA VIAGEM! E, se possível, fique ao nosso lado quando puder. Te amo, para todo o sempre...


Sua Maria Sal-de-Frutas