sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Se me duele mucho"
(Diário de uma "depéoperada", parte IV - o suplício e o arrependimento)
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24/Jun. Revisão da cirurgia. Completei 15 dias de operada e fui tirar os pontos e o curativo... Não desejo a ninguém o que passei... O médico pegou o meu dedão (perfurado e parafusado), apertou e o rodou/mexeu em todas as posições possíveis por uns eternos segundos... Fui à Marte e voltei. E lá conheci o WALL-E... Eu não conseguia respirar. As lágrimas escorriam. Eu fiquei cheia de manchinhas roxas de tanto agarrar minha panturilha. Minha mãe o pediu pra "maneirar", "dar um tempinho pra eu relaxar", mas ele ignorou solenemente, afinal, a dor não era com ele, né? Como ele podia advinhar que eu estava sofrendo tanto??? Seguiu dizendo que o resultado foi excelente, que ele nao havia mexido na parte mole, só no osso mesmo (justamente o mais doloroso), e falou que a fisioterapia ia ser penosa no começo. Duvido que seja mais que o que ele me fez passar, pois, se for, faço um dia e não volto nunca mais. Não sei como eu não peguei o PINTO dele e dei um nó de marinheiro... Pensando que já tinha passado pelo calvário completo, ainda tinha um problema: tirar os pontos. Esse ponto era um fio de nylon comprido, inteiro, passando pelo corte todo internamente. Para tirá-lo, cortava-se as duas pontas e por uma delas se puxava até que ele saísse inteiro. É normal o fio aderir um pouco à pele e ao músculo. No meu caso, aderiu demais. E como não é um ponto que o organismo absorva, fui obrigada a sentir, vagarosamente, o troço queimando/rasgando minha pele até sair todo. Não preciso dizer que até agora, mais de 24h depois, o dedão está me obrigando a tomar uma overdose de remédio (dipirona, que, não sei como, até faz efeito). E estou 99% tendenciosa a NÃO operar o pé esquedo nem fu...
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Depois da sessão-tortura, fui almoçar na casa novinha em folha da Camila, minha prima; com minha mãe e minha tia. Foi uma comidinha deliciosa, caseira, e onde ela mora, apesar das obras ao redor, é de uma calma e uma paisagem impressionantes. Eu não podia subir as escadas, então, fiquei por alguns minutos "bandonada" na sala enquanto as 3 curtiam o piso dos aposentos.
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Horas antes, eu fui me aventurar pela 1a vez na rua em dia que não fosse de ir ao médico. Fui ao SAM´S CLUB e ao WALLMART com minha mãe e tia. Pela minha impossibilidade de circular pelo ambiente, pilotei um daqueles possantes carrinhos motorizados. A estonteantes 5km/h, fiz uma festa. Dançava quadrilha (sentada, obviamente), mandava tchauzinho pras câmeras, beijinhos pra clientes, brincava com crianças, e minha tia me fotografava e filmava enquanto cantava a música do concurso de MISS ("missigura" que tô tendo um troço). Claro que os funcionários de ambos os mercados pensavam que eu era foragida do hospício. Eu tava megafeliz! Me diverti horrores.
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CANDOCALMOÇO, 2a edição!
Minhas amadas candocas - menos a desertora da Vevê, que deixa saudades - trouxeram um banquete pra cá. Um baita almoço que terminou em cochilos, fofocas, risos, enfim, uma tarde longa (bem, pra mim foi até curta, kkk) e bastante agradável, como sempre são as nossas reuniões. Foi uma terapia pra mim. Nunca tive, de uma só vez, tantas psicólogas... Isso só significa o quanto sou abençoada
, que Deus manda sempre mais ajuda. Bônus. Eu sou mesmo uma pessoa de sorte.
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Andar de muletas cança, dói o corpo todo, faz suar. É uma malhação. Até emagrece. Mas como sou espertinha e aprendo rápido, já tô craque na arte da perna-de-pau (ou melhor, de metal). Em uma corrida de 100m, dou 200m de frente pra qualquer um, kkk. Eu e o Piquet estamos em pé de igualdade - literalmente.
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Acabo de receber uma visita querida. Mirian, minha colega de faculdade e de SESC. O papo foi ótimo. O cheiro de chocolate que minha mãe faz é ainda melhor... Enfim, receber carinho é sempre o melhor presente do mundo.
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Bjs a todos,
D

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