quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

~A Solidão de um Escritor~ 
(...eternamente Antes, e pra sempre Depois...) 

(foto de bastidor: Arielle Marie) 

Há tempos, eu disse que quando não escrevia, estava morta. E sabia que um dia eu morreria, mas que nem assim pararia de escrever. Eu só não imaginava que seria como é hoje... 


No princípio, eram apenas caracteres invisíveis a olho nu! Átomos diluídos em água de chuva, de rio, de mar, e de olhos... Sim, caíam pelo corpo, afogavam o corpo, e vazavam pelos olhos, mas nem assim se faziam ver... Por tanto tempo, escrevi com Letras invisíveis mesmo. Mas, um dia, em rara solidão, senti seus movimentos sem sentido, ouvi seus vultos sem ruídos, e consegui capturá-las. Misturei tudo como queria. Passei a dar-lhes sombras, borrões, reflexos. Esse era meu domínio sobre o Mundo!!! E nesse isolamento - onde me rendia e mergulhava sem buscar entender - brincava de explorar as combinações possíveis, desafiar as impossíveis, e contá-las, uma a uma. E foi assim, contando as Letras no calado escuro da introversão, que comecei a contar Histórias. 
(fotos: Candice Tomé) 

Comecei mentindo! Não aguentava mais ter, fazer, viver apenas o que fazia sentido. Eu queria inventar as Verdades. E quanto mais Verdades inventava, mais elas revelavam tudo sobre mim... Já disse que fui o que jamais fui, que fiz o que jamais fiz, mas também já previ o Futuro, e isso porque mudei o Presente. 

Mas o domínio de Mundo é uma luta constante, pois, de súbito, os caracteres voltam a ser invisíveis, inapreensíveis, e tantas vezes invioláveis. Precisamos gerar, mas não há o zigoto. Precisamos plantar e regar o broto, mas é o bruto que impera. Parimos até o que nem se espera: palavras ruins, mal criadas e quase inadmissíveis, mesmo para a mais diabólica quimera. 


É quando respirar fundo é um risco, que pode nos levar ao fundo do poço. É quando beber pra esquecer pode reativar, dependendo da paixão a qual se rende. Bebe-se "um chá para curar as dores que não se pode curar de outro jeito" (como disse Amanda Prado, descendente de Adélia Prado), ou bebe-se um vinho pra potencializar as dores das quais mais se tira proveito.


Já tive tantos espaços, até ocupar um só, e nele não saber existir, ou melhor, "como" existir! Eu tinha uma liberdade que não sabia usar, até porque Liberdade nem era o que eu buscava. Eu queria algo muito além disso, algo ainda sem nome... 

Tinha sonhos tranquilo, suaves, que explicavam tão bem sobre tudo e todos, menos sobre mim! Eu vivia um confinamento submisso, pois A Solidão de um Escritor representava também a minha, mas seu retorno só trazia explicações de si mesmo.

(fotos: Candice Tomé) 

Até que hoje, voltei a ter meu próprio exílio, e minhas próprias explicações, mas sem deixar de exercer essa nova função... E se nunca contei só uma história, há um tempo não consigo contar uma história SÓ. Eu e Meu Escritor agora criamos juntos. Não tenho mais medo de seus abandonos, e anseio por seus retornos para dizer-lhe algo, seja antes, durante ou depois.


(fotos: Candice Tomé) 

Meu Escritor já não se exila de mim, e sim em mim. Minhas teclas são seu real esconderijo. Não sou mais um canal de desabafo: sou amiga, conselheira, companheira para todas as horas. Eu e meu Escritor nos cruzamos entre minha partida e sua chegada. Depois, me tornei uma marca em sua pele; até ser resgatada e poder voltar a ser novamente Eu: com vozes e segredos, com gritos e desejos. E, mais do que nunca, definitivamente, me faço entender pelo contato. Meu Escritor me tocou, me sentiu, e hoje sentimos um ao outro.



Minha Solidão sempre me foi a melhor companhia, sempre foi a hora e o lugar de me enfrentar. E foi nela, quando o Nada era Tudo o que eu tinha, que conheci a Plenitude. E finalmente entendi que a Vida é nada menos que uma Poesia Concreta, gigantesca, que não cessará jamais... 
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~Ficha Técnica~ 

Modelos: 
Clarice Olivetti / Duda Novaes 

Fotos: 
Candice Tomé 

Maquiagem e Produção: 
Arielle Marie 

Locação: 
Paraíso de Weltz 

~Agradecimentos~ 

Maria Estela Lafetá e Wellington Sesana 
Cristina Canedo, Danniel Lafetá e Thiago 
Dora e Gui 
Aline Welp e Kauem 
Iza Bela e Maria Clara Leite 
Rosi e Yuri 
Valéria de Carvalho Moutinho 
Manuela Viegas 
Kátia Lima 
Nair Emi Iwakiri 
Marcília Camargos 
Laura Cereza 
Amanda Prado 
Ana Lúcia Guimarães Muniz

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

 ~PANDEMIA POÉTICA~


Este ano, pulamos carnaval
E já é quase natal...

No próximo, vamos pular O carnaval
Fantasiados de "novo normal"
Nessa problemática mundial!

Pandemia externa,
Pandemônio interno...

Quem dera vivêssemos
Apenas uma Pandemia Poética!

Tossir sonetos
Espirrar rimas
Ter versos febris
E mascarados somente
Por sorrisos curativos

Álcool em gel
Pra embriagar a pele
E fazer transpirar
Um amor limpo e puro

Perder o olfato só
Para os cheiros
Que não são os seus

Perder o paladar só
Para os beijos amargos
Que você não recebeu!

Que a falta de ar
Seja só ao te ver passar
(E fingir que nem olhei...)

Que a garganta só doa
Pelos 2020 “Eu Te Amo!!!”
Que pra te alcançar, gritei

Isolamento só daquele tempo
Onde a gente ignorava
A nossa essência a dois

E que a vacina nos imunize
Desse maldito 
“deixa pra depois...”


maria eduarda novaes

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

POEMAR-SE...


É não ter prefixo de Lugar
É inventar um sufixo de Tempo
E um advérbio de Número
Pra ter histórias a contar...

É ter a linguística solta,
E saber xingar com
Classe de palavras
Em alta e boa fonética
Em todos os dias da semântica

É um Eu Sou porque Tu És
É um Vós Sois onde Nós Vamos
É um Ele É se Elas Estão
É um Eles São quando Ela Fica

É uma conjunção de fatores
É ter de abstrair um 
Substantivo concreto
É se preposicionar
Nos bastidores de um
Verbo transitivo direito

É gerar um gerúndio
No particípio de
Qualquer canto
Que vai durar 
Um infinitivo...

É comer na mesóclise
É ter problema de próclise
É viver ênclise de identidade
É metáfora daqui, agora!
E não se metonímia mais
Na vida alheia!!!

É ir do indicativo apocalíptico
Ao subjuntivo apoteótico
De forma analítica
No modo sintético
Num jeito caótico

...E ainda assim,
Viver no imperativo do
“Sintaxe bem!!!”
Onde ninguém lhe
Exegese nada em troca!!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

...DES...A...CE...LE...RA...

Pra que correr, se o que nos tira do lugar não é a pressa, e sim o passo que se dá no chão?!

E basta um, que já não estamos mais onde estávamos, e também já não somos mais quem costumávamos ser...

Um passo adiante parece pouco, mas se um passo muda, tudo vai mudar: ângulos de visão, reflexos de sombras, correntes de ar... E por um segundo que seja, tudo vai silenciar!

Há quem esteja parado, em compasso de espera. E há quem esteja acelerado, em “compasso de estressa”, que marca o passo até chegar ao marca-passo... Calma, irmão! Porque um passo com pressa faz a vida compressa, beirando a estagnação.

Pra que a pressa, se o que nos faz acordar de manhã não é alarme, mas sim o fato de ainda estarmos vivos? Então, se desarme! Sempre haverá em nós muito mais o “vivido” do que o “a viver”, porque o que ainda vai chegar, sabe Deus se enfim virá; enquanto o que já foi, sempre haverá de nos pertencer.

Desacelera! Não faça alarde... Admire a paisagem não como quem está só de passagem, mas como quem vê um Picasso num museu. Pegue o Tempo no laço e o faça te esperar, mostrando que ele é todo seu!!!

Pra que a pressa? A quem ela interessa??? Com apenas um passo, ultrapasso o velho espaço, mas o tempo não regressa... E ao invés de sair no braço com o palhaço, o que eu faço? Sorrio mais, vivendo uma vida às avessas.

Eu vejo no horizonte uma linha impressa; e na vida pregressa, um outro traço. Então, pra que a pressa em dar o passo???

Hoje, eu caço no cansaço (e nele, fico possessa!!!) Mas minha Alma sempre confessa ser esse o seu erro crasso...

domingo, 20 de setembro de 2020

~Uma "QUERÊNCIA-do-Ser"~
(C.T.G - Coração Totalmente Gaúcho)


Poeta: Filha do Cosmos, Cidadã dos Mundos, Viajante das Transcendências... Poeta só faz Pátria um rincão se assim for de sua "Querência"! 


Navegante de Rio, que sonha saber onde vai chegar; foi quando enfim navegou no Rio Grande, que Poeta conheceu o próprio Mar... 

Torrão, Pago, Nação: se deste Rio não conhece a Nascente, Poeta aprendeu a ser seu Vivente fazendo Verdade uma Ilusão! De um canto sempre alegre, mas que hoje bem sabe onde pertence, canta então um Canto Alegretense, mesmo em inverno rigoroso, num canto aquecido por um povo amoroso, que quando peleia, vence!


Poeta de Sino, de Serra e Banhadal, de Missões, de Guaíba e Litoral. Poeta de Virtude e Tradição, que é a tradução até do que não se vê... 

Poeta de Galocha ou Bota no pé, que bota fé na bagualada, e atravessa as invernadas até onde lhe couber. Poeta que vai, sem eira nem beira, sem pedágio nem fronteira, seguindo o bom presságio da Mãe de Caravaggio em seu caminho de devoção. 

Poeta de Farrapos, de Parar Rodeio, de Alma na capa da gaita, que brota no fundo da grota um baita Rio de Emoção. 


Poeta que se aprochega e não fresqueia, mas às vezes loqueia. Poeta de Garfo e Bombacha, em Terra de Chima & Chimia, de Churras & Cacetinho, de Bergamota & Negrinho, de Piá de Pilcha com Cueca Virada e bolsos cheios de Butiá, de égua-madrinha a galopar ao sol pra lagartear, de Cusco comendo feijão mexido em rancho de chão batido e empoeirado, achando tudo Tri massa (que fica melhor com guizado).
 

Sou Poeta-Prenda faceira. Poeta-Guria de Campanha. Que sirva de modelo essa façanha a todas as minhas Eras... Pois a cada Vida que vier, se aqui eu não nascer, para cá hei de volver em mais uma Consumada Quimera!

sábado, 12 de setembro de 2020

~CORAGEM REGRESSIVA~



Mães contam o Tempo ao contrário, esperando pra nos embrulhar num pano; e nos contam que é preciso Coragem pra nascer - e pra fazer nascer o infante (mesmo que poucos de nós se lembre disso, ainda que por um pequeno instante). 

Segundos correm no Anti-horário atrás de alcançar aquele Virar-de-Ano; e nos contam que é preciso Coragem pra seguir adiante (e sabem que poucos cumprem isso, seja perto ou distante). 

É uma sensação relapsa de que tudo regride, um fuso confuso que em si colide e colapsa a mente, afinal, é bem estranho contar pra trás olhando pra frente... 

Mas se o Tempo quer regressar, então, que seja pra evoluir, e re-acessar a velha Coragem do Nascer e do Seguir. Arrume a bagagem, escancare a portinhola; e não esqueça daquela camisola que a gente veste pra Sonhar - aquela com textura de Ousadia, feita com aquele mesmo pano que aquele dia a mãe te embrulhou; e que já era um pedaço do pano que ela vestia naquela Virada-de-Ano em que te chamou, e te tirou do breu. "Simpatia forte. Era pra dar sorte!", ela dizia! E deu...

Se o Tempo quer regressar, então aproveita a viagem, e principalmente a Paisagem; esqueça o furacão! Porque Coragem é a solução encontrada por quem tem medo de voar nas alturas e também de se ancorar no chão. Coragem é essa ave que ao vento tudo atura, essa ventura de verdade, que, em voo solo, quem fica no solo chama de Solidão, mas quem está na grade sabe que se chama Liberdade. 

Se o Tempo quer regressar, então recorde a puberdade e toda a sua rebeldia permissiva. Porque toda Coragem sabe que a cor dos que agem com ela é gritante ante a cova que tanto ardia de tanta covardia antes enterrada ali. Coragem sabe que por tantos é vista como agressiva, pois só é julgada por si... Se me julgas pela que lhe falta, me vês como uma peralta louca; mas se me julgas pela que lhe sobra, me vês como uma obra feito poucas. 

Se o Tempo quer regressar, então peça Perdão. Porque Coragem é "coratium" em Latim, que é "pôr o coração em ação", numa missão sem fim. Resgate, então, aquela Coragem remissiva, aquela missão que se renova - uma re-missão que vai e volta, sempre de forma expressiva. Porque Coragem é uma contagem às vezes subversiva, de curta ou longa metragem, escrita em letras garrafais ou cursiva; que quando é Passado, é um "olhar pra trás", uma barragem passiva; mas quando é Futuro, é um “olhar que traz”, uma miragem ativa até no escuro!

Massiva, extensiva, ofensiva, alusiva, inconclusiva ou na defensiva... Coragem até pode ser regressiva, mas jamais será excessiva!!!

domingo, 30 de agosto de 2020

Textamento” de um Amor que nem nasceu

Meu Coração, por hora triste, está inquieto... Quer te ver, quer te ouvir, quer nos definir!!!

 

Meu Coração odeia História, mais ainda Geografia, que o fazem bem entender quem é, o quanto tem e onde está, deixando-o certo de que devia mesmo ir pra qualquer outro lugar, ser um outro alguém, viver outros “poréns”... Porém, ahhhh, porém ele é um Coração diferente, que abriga um Amor indigente, um caso delinquente; que nem nasceu, nem viveu, mas morreu mendigando Presentes (sem Passados ou Futuros); que surgiu tão forte, que findou tão imaturo...

 

Meu Coração já entendeu que brilhantismo só tem valor em pedras, e não em Almas e Mentes – um recurso tolo, doente; por isso, partiu duas vezes mais (rachou guerreiro, fugiu em paz). Meu Coração fechou um ciclo que não se abriu jamais!!!

 

Meu Coração ousou arriscar sem se iludir, sonhar e acordar sem sequer ter ido dormir; mas já enxergou toda a sua enorme besteira, e agora há um pensamento que não o deixa, Um medo que o gela, uma timidez que muda sua cor... Meu coração só tem vontade de sumir à vontade, vontade que quer ser pega no ardor!!!

 

Meu coração abriga um sentimento que tanto, tanto me contradiz: só cresço voltando no Tempo... Não sei o que foi que eu fiz!!!

 

(Não sei o que eu fiz, só sei que escrevi!!!)


quarta-feira, 26 de agosto de 2020

~RÉQUIEM PARA UMA CARÊNCIA~
#QUEBREOMURO

...E meu interno e externo enfim se fundiram, e não mais se confundiram como duas metades distintas! Eles não mais tentaram separar o que nunca se uniu, nem reparar (n)o que nunca partiu!

 

A Hora Certa sentou no meu colo! E assim, quebrei todos os muros (especialmente os das lamentações), dei a Volta ao Mundo por um atalho, abri cadeados aos murros, e parei de ser o "quebra-galho", artesã de tantas reivindicações. 

 

...E meu interno e externo enfim se mesclaram, e não mais extrapolaram como duas metades rivais! Eles não mais brigaram feito dois medievais!

 

A Hora Certa deitou no meu colo, com suas Liberdades nuas e cruas! E assim, desejei "que tu ruas na encruzilhada daquelas ruas onde me abandonaste naquela tempestade"; mas folgo em dizer que foi bem naquela hora (quando esqueci de chorar) que entendi que toda lágrima lavou meus pontos de vista, e que todo suor passou meu corpo em revista limpando os toques que nunca quis receber (mas teimava em reter). 

 

...E meu interno e externo enfim se esvaziaram de seus pesos, e agora saem ilesos de onde tudo ruiu!

 

A Hora Certa me viu voar junto aos astros indefesos, cosendo o Infinito de forma digna, quebrando paradigmas reais e metafóricos. Sim, enfim eu não mais me julgo, só me conjugo no particípio passado-a-limpo, e no mais-que-perfeito do Imperativo Categórico.

 

A Hora Certa me obrigou, e eu confessei! Sim, um dia eu escrevi o Manual do Abismo. Escrevi, editei, publiquei, e patenteei. Mas no dia em que o Tudo em um se fundiu, rasguei toda essa M... e mandei longe, lá pra P... que ParTiu!


quinta-feira, 30 de julho de 2020

~PRESENTE de grEGO~
(O Tempo e Eu)


Reza a lenda que certo dia, uma menina olhou pela janela e viu outra menina do outro lado da rua a lhe chamar. “EU me nEGO!”, ela disse... Essa menina não gostava da vizinha. Preferia estar sozinha, e quem sabe até se matar, mas com ela jamais iria brincar!!!

ILUSÃO era alguém bem seletiva, e por vezes prepotente. Tanto que um dia resolveu que iria brincar justo com o TEMPO, a criança mais difícil do bairro. Ele era muito disputado. Servia a tantos, e ininterruptamente. Era impossível que ele parasse, muito menos para estar só com ela; mas ILUSÃO era a mestra das prerrogativas bem planejadas! Fabricava o cenário que quisesse para suas vontades repentinas... Ela comprou confete e serpentina, e mandou o convite, com a tratativa detalhada: “TEMPO deveria se apressar em suas tarefas para estar exclusivamente com ela ao fim daquele dia, e que deveria trazer-lhe de PRESENTE dessa empreitada uma sublime EXPECTATIVA CRIADA!”

O menino mais difícil e disputado do bairro não entendeu o que significava “se apressar”, nem muito menos o que seria uma “expectativa criada”. Foi a maior confusão!!! TEMPO só entendeu o “Presente”, e, infelizmente, não sabia sequer onde pedir uma explicação... Não viu saída senão dar a partida rumo à remetente, pra saber exatamente o que ela tanto queria!

Chegando lá, percebeu que embora Presente, TEMPO, para a ILUSÃO, nasceu um próspero Futuro e morreu um infeliz Passado. Ficou ali diuturno, parado; mas, sem ser visto, partiu desamparado... E partiu sem sequer saber que mesmo antes de ele aparecer, aquela sua parte que, ainda que ele passe, continua: a VERDADE Nua e Crua; chegou trazendo o puro tratado, a real narrativa a ser contada...

Já estava muito escuro, sua presente Expectativa era derrocada. Se extenua de tanto esperar, a precavida recalcada... Não lhe restou outra opção: ILUSÃO atravessou a rua três e foi morar de vez na casa da DECEPÇÃO.

~Resumo Poético da Ópera~

ILUSÃO

Chamou o Tempo pra brincar?!
Eis a hora de saber o que bem fez...
Tempo não sabe se apressar,
Então manda em seu lugar
A Verdade nua e crua, 
Que não vai lhe 
Deixar outra opção:
Você vai atravessar a rua 3
E se mudar de vez 
Pra casa da Decepção!!!

sábado, 20 de junho de 2020

"Não faça carinho na Dor!"

Mordomia... Nossa modorra, meu gato e esta pandemia. Não dá mais pra brincar lá fora, na gangorra, então, vamos curtir o "#lacrou" na masmorra desta Gomorra que a gente mesmo criou. 

Altivez... Tua alta curada e meu estado de coma. Eis a bola da vez! Não dá mais pra sair no breu, então, vamos curtir o apogeu da redoma desta Sodoma que a gente mesmo ergueu.

Serventia... Eu, tua serva, te trouxe uma cerva nesta bandeja doentia. Não dá mais pra fugir de Roma, então, vamos listar no vão cada um dos sintomas deste sarcoma que é o nosso tesão. 

Morbidez... Roma é mesmo o contrário de Amor. É a Fé que se Doma, o Café que se Toma, e um Cafuné para cada Hematoma - e eu me sentindo tão autônoma, jurando fabricar hibridomas antiembriaguez... Não dá mais pra ter solidez, então, a Solidão é o desejo estampado na tez. 

Toquei fogo na tenda do nosso velho Bioma; reescrevi, mesmo à contenda, meu novo axioma, e num idioma que, talvez, só você não entenda!!!  

Uma flor, um tapa... E a cada folha, um mapa, pra saber que, seja como for, só esteja onde querida for! E pra nunca esquecer, lá está escrito o dizer:

"Por favor, jamais faça carinho na DOR!"

***

A gente fica DORMENTE
Pra aprender a não
Acreditar na DOR
Porque ela MENTE

maria eduarda novaes