sábado, 8 de março de 2014

~EXPOEMA~
POETA: PESCADOR DE ALMAS...

(clique nas fotos para ampliar)

Em setembro passado, decidi que queria fazer uma exposição dos meus escritos na empresa onde trabalho, a CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba). "A vaga mais próxima é para Fevereiro/2014", disse a Nilma, criatura muito querida, da área de comunicação, e responsável pelo espaço cultural. "Você quer?", perguntou... Nem titubeei!!! Os meses passavam, eu produzia, mas quando a hora se aproximou de fato, me deu um pânico! Pensei em cancelar porque até então não via meio de expor as poesias da maneira que eu queria, que era de uma forma interativa, que envolvesse a participação das pessoas, pois o objetivo era que a poesia as tirasse da rotina e as tocasse diretamente - a coisa toda era em função dos demais; então, não era para ser algo simplesmente visual, feito uma exposição de arte comum. Mas como fazer isso??? Eis que a iluminada colega e amiga Rosi disse "por que você não usa os biombos disponíveis no espaço, coloca uma rede por cima e pendura os poemas nela, já que o poeta é um pescador de ideias?!". Ela me deu a laranja, e eu fiz um bolo com calda e tudo!!! 


Pescador de ideias - pescador de Almas - pescador do rio São Francisco - revitalização do Rio São Francisco - AR/GSA (Área de Revitalização, Gerência de Projetos Sócio Ambientais), exatamente onde trabalho... BINGO! Unindo à máxima da empresa, eu ia transformar as pessoas em pescadores de "peixoemas" - peixinhos que se alimentavam de letras e se transformam em poesia. Era a vida se renovando da melhor forma possível. 

Peguei o gancho do programa destaque da gerência, o "Água para Todos" (responsável por instalar cisternas em comunidades rurais difusas), transformei uma caixa-d´água num pedaço do Velho Chico, e pronto! As pessoas pescavam uma poesia, se identificavam como o pescador dela, e a expunham na rede para todos os visitantes apreciarem, e levavam uma "foto"(-cópia) do peixinho para si. Uma exposição que crescia e se modificava a cada momento. Paralelo a isso, também expus vários escritos em duas outras redes, impressos em papéis fotográficos, unidos a lindas e marcantes imagens, algumas delas clicadas por mim mesma, outras por amigos, e outras tantas por fotógrafos talentosos cujos trabalhos se encontram espalhados pela internet... Mas nem essas imagens incríveis fizeram tanto sucesso quanto a pescaria poética! 



Logo no 2° dia de exposição, o estoque do tanque já havia baixado tanto que entrei em pânico, pensando "será que vou ter de repetir poemas?". Não! Eu graças a Deus tive inspiração o bastante para continuar criando, e decidi recorrer ao livro; e no fim, o saldo foi de 250 "peixoemas" e 100 foto-poemas. 350 poesias permearam o universo dos meus colegas e amigos, e dos visitantes que vieram prestigiar o evento. A expoema criou vida própria: pessoas "roubavam" escritos da rede (sério, adorei isso! Dei muita risada); trocavam escritos entre si; pescavam duas, três, inúmeras vezes; traziam os filhos e amigos para pescarem; colavam os poemas em suas mesas de trabalho, nas paredes; presenteavam paqueras com os poemas que pescavam, como num "correio elegante"; e eu até vendi, acreditem, um cardume especial (1 por R$3; 2 por R$5; e leve 6/pague 5 por R$10). 

A poesia e o lúdico reinaram absolutos por duas semanas! Todos tinham a mesma idade com aquelas varinhas nas mãos, e a mesma vontade de saber que escrito lhes estaria reservado ali. "Nossa, combina muito comigo, este. Adorei!", foi a frase que mais escutei. Todos estranhavam o fato de sempre pescarem algo que parecia ter sido feito sob medida para cada um, mas isso é porque a poesia combina com tudo e com todos. Ela sempre vai se encaixar em nós simplesmente porque faz parte de nós. A gente é que tantas vezes a mantém adormecida, ou esquecida. Cada pescador ali estava pescando sua própria alma de volta, e ficava feliz em reencontrá-la em meio a uma rotina pesada de trabalho...



Quando desmontei a estrutura, não lamentei sozinha. Havia um coro uníssono de "ahhh, deixa mais um pouco!". A poesia coloriu, conquistou, e eu me senti orgulhosa de ter sido escolhida por ela como seu instrumento, seu canal de comunicação. 

Mandei um e-mail para todos os colegas e amigos da empresa, agradecendo todo o apoio substancial que me deram para realizar a quinzena poética; e recebi respostas carinhosas e emocionantes. Sim, a poesia impregnou! E quando ela se instala, é pra ficar! Vejam a prova:

De Rosi:

Duda,
Tu és uma estrela
Que veio ao mundo para brilhar
Nem a mais sombria nuvem
Pode o teu brilho apagar!!
E a todos tu levas luz
Com seu brilho sem par
E esta é uma missão mui linda
Que ninguém pode negar.
Obrigada devemos dizer todos nós. 
Que Deus te ilumine, hoje e sempre!!
Bjoos


De Camilo:

Valeu duda, é isso ai... Pois é: cada um faz aquilo que é... Olha, parabéns e que Deus a ilumine para alçar cada vez mais voos mais longínquos. Tem um livro que já li umas tantas vezes, Fernão Capelo Gaivota, e dentre tantas passagens legais que tem no livro tem uma que nunca esqueço: " VÊ MAIS LONGE A GAIVOTA QUE VOA MAIS ALTO." 

De João:

Duda você simplesmente arrasou!
Tudo lindo, um sucesso.
Conseguiu quebrar a rotina mesmo, bjão.
João (Noivo). bj bj bj vc é tudo de bom! :)

De Silvana:

Mais uma vez: abalou!!! E foi tudo tão casado que o reconhecimento foi mais que merecido. 
P-A-R-A-B-É-N-S!!!

De Maria da Paz Drummond: 
(sobrinha-neta do poeta Carlos Drummond de Andrade)

Cara  colega,
Todos que lá passaram, pelo fugaz momento de relaxamento entre poemas, poetas e pescarias tiveram o privilégio de serem agraciados pela sua generosidade de tempo e sensibilidade.
Muito obrigada por tudo.


   


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