sexta-feira, 10 de agosto de 2012

 POR FAVOR, parem de matar as flores!!!



Por que quando as pessoas morrem, as flores devem morrer também? Quando alguém parte, já me entristeço tanto; mas na cultura onde estou inserida, parece que este sofrimento não é o bastante. Tenho ainda de ver minha dor sendo amplificada pela imagem da linda rosa (juvenil) que passa a jazer sobre o caixão. Ela já morreu ali, só ainda nos polpa do choque ao conservar sua aparência pomposa, em vermelho-VIVO, por um pouco mais de tempo; coisa que nosso irmão de espécie já não consegue mais... Quando alguém falece, outro alguém arranca uma flor de sua terra, ou desloca sua pequena moradia, e a deixa junto à sepultura. Sem alimento e sem água: seu destino será o mesmo daquele a quem, com ela, se homenageou. É justo isso??? Nunca achei! Se já não achava certo flores terem sua existência encurtada para enfeitar casamentos, celebrar nascimentos, batizados e formaturas; imagine o que é vê-las enfeitando o ""inenfeitável"". Isso é no mínimo uma leviandade... "As flores têm cheiro de morte, a flor vai curar estes cortes. As flores de plástico não morrem!", diz a letra da canção dos Titãs... As flores não têm cheiro de morte, nós quem demos à morte um cheiro de flor. A flor não cura cortes, ela tão somente os sofre porque demos de achar que ela tem este poder. A única verdade nesta afirmação é que as flores de plástico não morrem... Então, da próxima vez que tiver de viver uma perda, não provoque uma outra! Quando alguém partir, leve flores de plástico aos cemitérios. Quando se casar, já faça isso em um parque. Se alguém adoecer, pague o preço cobrado, mas peça à floricultura a gentileza de entregar apenas o cartão. Quando alguém nascer, leve fraldas, roupas, brinquedinhos. E nos batizados, diga apenas "Que Deus abençoe sua vida, e ENCHA SEUS JARDINS DE FLORES", e nada mais...