quinta-feira, 5 de abril de 2012

ASAS, PARA QUE TE SOU?


Sinto penas 
Perco penas 
Torço as pontas 
Estagno, pois, num repouso 
Forçado no chão... 

Atrofio
Pedras me acertam 
Mancho por fora 
Por dentro 
Mudo de cor 
E de tom...

Mas nunca sou voo rasante 
A farejar um solo vão!
Meu voo, ainda que solo,
É sempre alto, na imensidão! 

Sou guiada pelo vento 
Até descansar em nuvens 
Me confesso às estrelas
Me aconselho com a Lua 
E não reflito nada
Além do brilho do sol... 

Faço-me sempre assim: 
Minha mais genuína essência 
E é meu movimento puro e simples 
O que rege a minha existência...

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