A Raposa do Cerrado
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A Corte da decisão suprema nada decidiu. Ainda. O candidato ao governo do DF, Joaquim Domingos Roriz, bem como muitos outros pelo país na corda-bamba da Lei da Ficha Limpa não terão suas candidaturas impugnadas. O maior risco que correm é não serem diplomados. Bem, isso os demais, pois a Raposa do Cerrado é muito esperta. Achei que nada mais me surpreenderia, mas, confesso: caí do cavalo, pois de besta este aí não tem nada. Raposa, cavalo, besta... Política é mesmo uma coisa animal! Vamos aos fatos: se concorresse e vencesse, Roriz poderia não ser diplomado, e o GDF seria assumido pelo vice-colocado. Aí ele seria definitivamente carta fora do baralho. Mas, porém, contudo, todavia, se passasse o bastão para alguém de sua confiança, teria um papel fundamental no governo de forma intocável. Nada o poderia atingir, legalmente falando. Foi uma tacada de mestre. Ele foi à TV "choramingar", se dizendo "impugnado", assumindo que fora "derrotado", causando em seu curral eleitoral um sentimento de revolta, pena, uma catarse digna de novela das 8. Com o público sensibilizado, e a campanha seguindo em frente na reta final, transferir os votos para sua mulher será mais fácil que roubar chupeta de bebê. Votar nela é o mesmo que votar nele. Uma senhora cuja vida pública não vai além de 14 anos como primeira-dama, obviamente precisará de 100% de assessoria; e ganhará um brigadeiro aquele que adivinhar quem será esse principal assessor. Aliás, isso nem é mais segredo. Hoje, em entrevista coletiva, a nova candidata já afirmou que o marido muito a aconselhará. "Aconselhará"! Novo eufemismo para "só assinarei papéis e mais papéis, pois quem mandará vai ser a raposa". Óbvio! Para ele, saiu melhor que a encomenda. Há quem não se preocupe, pois as pesquisas indicam Agnelo Queiroz, do PT, como vencedor. Sinto muito jogar um balde de granizo na esperança alheia, mas essas pesquisas acontecem exclusivamente em território do DF, enquanto sabemos que o curral da raposa - gigante, numeroso, o que sempre o elegeu - fica mesmo no entorno. Entorno é Goiás. Lá os institutos não chegam. Diante dessa jogada, o cheque-mate é só uma questão de dias. Infelizmente. Pois o eleitor, verdadeiro criador da Lei tão discutida, poderia colocá-la em vigor de imediato, independente do que polemizam e divergem os magistrados. Mas uma parte não tem educação para discernir. E a outra, que tem, prefere se beneficiar... Que Deus nos ajude nestes próximos 4 anos de invasão de terras públicas, desvios de verba, obras superfaturadas e inacabadas, ocupação desordenada e destruição de áreas de proteção ambiental, dinheiro na meia, na cueca e no... Bem, melhor parar por aqui! Dona Raposa não merece mais uma linha sequer do meu tempo. Pois já me basta saber por quanto tempo a terei me rodeando sem que nada possa fazer para espantá-la.
A Corte da decisão suprema nada decidiu. Ainda. O candidato ao governo do DF, Joaquim Domingos Roriz, bem como muitos outros pelo país na corda-bamba da Lei da Ficha Limpa não terão suas candidaturas impugnadas. O maior risco que correm é não serem diplomados. Bem, isso os demais, pois a Raposa do Cerrado é muito esperta. Achei que nada mais me surpreenderia, mas, confesso: caí do cavalo, pois de besta este aí não tem nada. Raposa, cavalo, besta... Política é mesmo uma coisa animal! Vamos aos fatos: se concorresse e vencesse, Roriz poderia não ser diplomado, e o GDF seria assumido pelo vice-colocado. Aí ele seria definitivamente carta fora do baralho. Mas, porém, contudo, todavia, se passasse o bastão para alguém de sua confiança, teria um papel fundamental no governo de forma intocável. Nada o poderia atingir, legalmente falando. Foi uma tacada de mestre. Ele foi à TV "choramingar", se dizendo "impugnado", assumindo que fora "derrotado", causando em seu curral eleitoral um sentimento de revolta, pena, uma catarse digna de novela das 8. Com o público sensibilizado, e a campanha seguindo em frente na reta final, transferir os votos para sua mulher será mais fácil que roubar chupeta de bebê. Votar nela é o mesmo que votar nele. Uma senhora cuja vida pública não vai além de 14 anos como primeira-dama, obviamente precisará de 100% de assessoria; e ganhará um brigadeiro aquele que adivinhar quem será esse principal assessor. Aliás, isso nem é mais segredo. Hoje, em entrevista coletiva, a nova candidata já afirmou que o marido muito a aconselhará. "Aconselhará"! Novo eufemismo para "só assinarei papéis e mais papéis, pois quem mandará vai ser a raposa". Óbvio! Para ele, saiu melhor que a encomenda. Há quem não se preocupe, pois as pesquisas indicam Agnelo Queiroz, do PT, como vencedor. Sinto muito jogar um balde de granizo na esperança alheia, mas essas pesquisas acontecem exclusivamente em território do DF, enquanto sabemos que o curral da raposa - gigante, numeroso, o que sempre o elegeu - fica mesmo no entorno. Entorno é Goiás. Lá os institutos não chegam. Diante dessa jogada, o cheque-mate é só uma questão de dias. Infelizmente. Pois o eleitor, verdadeiro criador da Lei tão discutida, poderia colocá-la em vigor de imediato, independente do que polemizam e divergem os magistrados. Mas uma parte não tem educação para discernir. E a outra, que tem, prefere se beneficiar... Que Deus nos ajude nestes próximos 4 anos de invasão de terras públicas, desvios de verba, obras superfaturadas e inacabadas, ocupação desordenada e destruição de áreas de proteção ambiental, dinheiro na meia, na cueca e no... Bem, melhor parar por aqui! Dona Raposa não merece mais uma linha sequer do meu tempo. Pois já me basta saber por quanto tempo a terei me rodeando sem que nada possa fazer para espantá-la.