terça-feira, 1 de junho de 2010

Tá na CARAS que ela é uma estrela
(noite de gala no Cine Lapa)


(clique nas fotos para ampliá-las)

Por Sandra Annetty
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O ano era 2005. A atriz Maria Eduarda Novaes (31) desembarcava no Rio de Janeiro para um período de 1 (intenso) ano. Contabilizando quase 18 anos de carreira, era a hora e a vez de fazer o que até então não era parte de seu curriculum: pequenas participações em novelas; e cinema. A 7a arte sempre foi sua maior paixão - algo que ela nunca declarou publicamente, pois "tinha muito medo de magoar e provocar a ira de Teatro, o companheiro de tantos anos", declara ela às gargalhadas com seu bom-humor característico. Teatro era o marido fiel, enquanto Cinema era o amante, mas estava presente em sua vida apenas nos roteiros que rascunhava - são hoje 2 longas e um curta, sendo um deles em Inglês, 8o colocado no Hollywood Screenplay Competition, competição anual de roteiristas amadores em Los Angeles, EUA... Não tinha jeito. Faltava atuar e brilhar na telona.
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Cinco anos depois, o filme Velório em Família, da cineasta argentina Rosário Boyer, primeiro de uma futura série de películas com a participação dessa premiada atriz; fora exibido em caráter de avant-premiere no Cine Lapa (rua do Resende, 80), e foi um sucesso de público e crítica. Com direito até a paparazzi e disputadas entrevistas, essa meia década de estrada que separava o fim das filmagens de sua primeira exibição na noite de 28/Maio não foram "mornos". Nesse períodos, a atriz e a cineasta lançaram juntas o livro de mesmo título, onde publicaram os contos da família Costa Pães, que deram origem ao roteiro. Além disso, festivais nacionais e internacionais (com os de Cuba e Hungria) tiveram o privilégio de ver, e premiar com menções honrosas, a película que se orgulha de ser o primeiro Dogma 95 filmado no Brasil. Dogma é um conjunto de 10 regras surgidas a partir de um movimento cinematográfico internacional, um manifesto que tomou as ruas de Copenhague, na Dinamarca, em 13 de Março de 1995, pela criação de um cinema mais realista e menos comercial.
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A dupla e o restante do elenco tinham muitas conquistas, mas ainda faltava o principal. E o momento mais aguardado, que já vinha por si carregado de emoção, ainda teve mais o que fazer chorar sua equipe e seu público... Edgard Romano, diretor, faleceu no ano passado vítima de câncer, mas não fora esquecido no evento. O ator Rodrigo Gallo lhe rendeu uma bela homenagem, e surpreendeu a todos ao levar a foto do artista para que sua imagem estivesse totalmente presente em cada registro. "Foi indescritível ver a foto dele numa poltrona, ao lado de um buquê de flores, assistindo ao filme que ele ajudou muito a fazer nascer; e ainda saindo nas fotos com o restante do elenco. Bela e merecida homenagem", declarou, emocionada. E este episódio fez Rosário, em seu discurso de abertura, se lembrar de seu drama pessoal à época das filmagens, com a doença e morte do irmão, vítima da mesma doença do amigo e diretor. Não houve como segurar as lágrimas.
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Mas apesar das tristezas, o que marcou foi mesmo a alegria de todos, a sensação de dever cumprido, a recompensa pelo trabalho duro... Após a exibição, rumo ao Forte de Copacabana para uma comemoração regada à canja de mulatas e bateria de escola de samba, que animavam o local no lançamento de mais um filme, desta vez da distribuidora Fox Films do Brasil.
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Velório em Família será distribuído pela StormFilms, mas sua data de estreia nacional ainda não está marcada. Aguardemos, então, o filme que fará história como produção independente. Enquanto isso, deliciem-se com as imagens, que falam por si.

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