segunda-feira, 16 de julho de 2012

...NOSSO BEIJO PROIBIDO...





Enquanto eu cantava, você se deixava encantar, mesmo sabendo que não podia... Enquanto eu cantava, você imaginava nosso beijo: plácido, quente, restaurador, mas proibido. E quando nosso encontro chegava ao fim, a gente se deixou levar pelo desejo, e agora veio a culpa... Sei que te prometi voltar, e voltarei. Mas não para te dar o que esperas. Meu despir será de alma, sem que o corpo acompanhe o processo. O que te darei será uma conversa franca, que começará dizendo que "é inegável que também me deixei levar, que também desejo ir além, mas que sei que não é o correto, principalmente porque não se acabaria por aqui..." Arrumaríamos tantas outras ocasiões para cantar e encantar. Encontraríamos tantas outras desculpas para nos justificar, e assim como os beijos proibidos - prelúdios de outras trocas mais profundas -, a culpa nos acompanharia sempre. Não vale a pena. Melhor ficarmos no cantar, no encantar, e no imaginar, apenas; porque nossas expectativas só nos traem quando teimamos em concretizá-las... Pode até ser que seja melhor, mas não é certo!... Eu sinto muito, mas não conseguiria me entregar, porque se fosse bom, o pior viria depois. E se não fosse bom, o pior já estaria entre nós, desde o princípio... Preciso que saiba que te entendo, que quero o mesmo que você, mas que acho que não podemos, não devemos. Somos os únicos envolvidos, mas não seremos os únicos a viver as consequências... Me dói, sim; e muito... Não queria me privar de algo tão especial. Lamento não termos chegado na estação ao mesmo tempo. Mas o que podemos partilhar sem culpas, e o que só pertencerá a nós dois, já partilhamos; e é tão bom que penso que podemos nos contentar e agradecer... Honestamente, te amo. E sinto seu encantamento. Mas mais honestamente ainda, sei que não vai vingar... Perdão! Não me leve a mal, e não me queria mal, jamais. Um beijo (tão bom quanto, mas este permitido) de sua eterna admiradora e encantada AMIGA.

M. Edward War - Jul/12