terça-feira, 16 de março de 2010

Julgada como Julgadora


Eu preciso me desprender, o mais "ontem" possível, de certos sentimentos que fazem mal apenas pra mim... Preciso entender que meu conceito de honestidade, lealdade, respeito e consideração pelo próximo são únicos. Ninguém - ou pelo menos quase ninguém - compartilha da minha posição. Por isso, sou julgada como "A julgadora" simplesmente por manifestar minha opinião - e minha revolta - sobre certas atitudes humanas. Eu não busco entender o porquê de me acharem sempre a vilã da história, de verem meu discurso como uma declaração de ciúmes e inveja, e de me atacarem por "ser tão julgadora"; busco apenas aprender a não me deixar machucar por essas palavras e atitudes... Há quem diga que só dói quando há ferida, o que me pôs a pensar se sou mesmo a tal vilã, e por ter horror a ser assim - e não conseguir mudar -, sofro. Mas, honestamente, descobri que sou, sim, a certa da história; e o que machuca, de fato, é saber que sou a única. Não gosto de ser única em nada, principalmente em qualidades. Meus defeitos, todos têm (e adoram apontar em mim como se fossem só meus). Mas minhas qualidades, aparentemente, quase ninguém as tem, talvez por isso mesmo sejam vistas como defeitos (mais uma vez - mas desta vez com razão - descritos como só meus!). Triste não é ter defeitos, ainda que graves. Triste é ter qualidades que, no fim, não servem para melhorar os outros, mas sim para "piorar" você! ... Nos últimos dias, meus pensamentos têm sido só os melhores em relação aos outros; em relação a mim, me deixando de lado, só pra variar. DEUS - O Cara! - sabe bem do que estou falando. Tracei um objetivo que, ao ser alcançado, a que menos se beneficiará será eu. E até ser alcançado, a que mais se sacrificará será eu. Mas eu não reclamo nem do sacrifício, nem muito menos do "meio lucro". O que eu reclamo é do que sou obrigada a ouvir... Reclamo é da ingratidão alheia para com a vida. É da ideia que a maioria tem de que sua vida é responsabilidade dos outros, que sua felicidade depende dos outros, que suas raivas e frustrações são para serem arremessadas em cima dos outros. E num mundo de livre expressão de ideias, a minha "não-gostância" é vista como julgamento - e dos mais injustos, diga-se de passagem! Então, eu não posso achar errado, nem muito menos verbalizar o que acho, independentemente de argumentação, porque "não tenho o direito de julgar ninguém"! E o direito que os outros têm de me julgar como julgadora, fica onde nessa história toda? Eles podem, mas eu, não??? Pareço até uma anti-Promotora que, ao processar o réu, desperta é a piedade do Tribunal do Júri para com ele, bem como sua ira para cima dela. Enquanto a moda do momento é a intolerância à lactose, minha moda sempre foi a intolerância à injustiça. Uma pena que isso não me faça capaz de acabar com ela, só de, pelo visto, cometer outras tantas... Para intolerância à lactose, há leite de soja; já para intolerância à injustiça, não há sequer liberdade de expressão. Descobri a existência da intolerância a intolerantes à injustiça, bem como o totalmente intolerante a intolerantes a intolerantes à injustiça. Estou triste, sobretudo com muita raiva. E, só para variar um pouco, sou a única incomodada e sofrendo com isso. Portanto, sintam-se à vontade para me julgar como IDIOTA! Porque esse julgamento, sim, eu mereço!

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